São Paulo, sábado, 24 de agosto de 2002

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PAINEL S.A.

Uma nova queda...
Durante almoço ontem em comemoração dos 112 anos da Bovespa, Raymundo Magliano, presidente da Bolsa, foi efusivo ao elogiar o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva. Ele citou José Serra apenas de passagem. Garotinho foi lembrado apenas depois do almoço. Ciro Gomes não chegou a ser mencionado. Ciro foi o único dos candidatos que ainda não visitou a Bovespa.

...do Muro de Berlim
Ao ser questionado se iria votar em Lula, Magliano afirmou que a Bolsa é apartidária. Disse, no entanto, que considerou a ida de Lula à Bovespa um ato histórico. "Há cinco anos, o PT estava jogando pedras na Bolsa e agora o Lula é recebido com aplausos na Bovespa." Para ele, trata-se de uma nova queda do Muro de Berlim.

Road-show
Pratini de Moraes (Agricultura) irá apresentar na próxima segunda o plano de safra 2002/ 2003 para os bancos Santander, ABN Amro, Bradesco e Unibanco. O objetivo é pedir apoio dos bancos aos programas de investimento agrícola.

Carona
A indústria brasileira de alumínio também quer tarifas menores para entrar no mercado mexicano. A intenção é reduzir a alíquota atual de 13% para pelo menos 10%. O setor não foi incluído no acordo de julho, mas irá integrar a missão comercial que vai ao México na semana que vem. A projeção é de exportar US$ 22 milhões para lá neste ano.

Articulados
Jovens empresários de grupos da Fiesp/Ciesp, Associação Comercial, Apas, das câmaras de comércio americana e ítalo-brasileira resolveram unir forças. Em uma primeira reunião, na Fiesp, decidiram criar uma agenda para discussão de assuntos de interesse comum.

Base exportadora
A GM do Brasil começou a negociar as exportações do novo Meriva para o Canadá. O carro chamou a atenção no encontro de montadoras da GM na semana passada, nos EUA, principalmente da imprensa canadense. Pinheiro Neto, vice-presidente da GM do Brasil, espera vender milhares de Merivas para o Canadá.

Resultado
A Comdex 2002, que terminou ontem em São Paulo, deve gerar US$ 2 bilhões em negócios para as 450 empresas de tecnologia participantes. Foram 100 mil visitantes, 52% deles presidentes, diretores e gerentes.

Light
A versão light da Pepsi Twist começa a ser vendida a partir de hoje no Estado de São Paulo. O refrigerante light, que já vem com adição de suco natural de limão, já foi testado por dois meses no Rio Grande do Sul.

Bom começo
Em seu primeiro mês de funcionamento, o Ibis (Accor Hotels) São Paulo Congonhas, alcançou 92% de média de ocupação durante a semana, em seus 231 apartamentos. Nos finais de semana, a média foi de 60%.

Fatia
A corretora Fator Doria Atherino passou da terceira posição em volume negociado em junho na Bovespa, para a primeira em julho, com mais de R$ 1,3 bilhão, o equivalente a 6,27% do total negociado na Bolsa no período.

E-mail - guilherme.barros@uol.com.br

ANÁLISE

Fim da unanimidade

O fim da unanimidade anti-Lula entre banqueiros e empresários pode se transformar no grande diferencial das eleições deste ano, segundo Guilherme da Nóbrega, economista-chefe do Banco Fibra. Enquanto nas eleições anteriores, o candidato do PT não agradava nem a bancos nem a indústria, desta vez pode ser diferente. Os empresários acham cada vez mais difíceis as chances de a candidatura José Serra decolar e eles começam a pensar em apoiar outra candidatura. Não parece fora de propósito que muitos migrem seu voto para Lula. Os juros altos e a globalização criticados por Lula coincidem com o que pensa boa parte do empresariado. "A unanimidade que existia entre empresários e banqueiros anti-Lula acabou."

NO MERCADO

As ações da Embratel lideraram as altas do Ibovespa ontem. O papel ordinário subiu 13,2%, o preferencial, 10,1%. Em seguida vieram Celesc PNB, 3,5%, Copel PNB, 2,8%, e Eletropaulo PN, 2,7%. Telefonica Data Brasil PN caiu 5,4%.

FRASE

"Há cinco anos, o PT jogava pedras na Bolsa, e hoje Lula é aplaudido"


Raymundo Magliano, Bovespa

NÚMEROS

0,30%
Foi a alta no custo da cesta básica ontem em São Paulo. O custo foi a R$ 168,20, diz o Dieese/Procon.

6,3%
É a alta nos preços da cesta básica no ano. Os produtos de higiene subiram 25,5%, diz o Dieese/Procon.


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