DE BUENOS AIRES

O ex-ministro Domingo Cavallo será processado por um tribunal de segunda instância pela primeira vez, em um processo em que é acusado de abuso de autoridade e instigação a cometer delitos. Em dezembro de 2001, cinco dias antes de deixar o cargo, Cavallo assinou resolução em que ordenava aos bancos não cumprir ou retardar o cumprimento de ações judiciais que possibilitavam o saque de recursos presos pelo "corralito" (como é conhecido o confisco dos depósitos bancários).
Cavallo já havia sido decretado culpado pelos mesmos crimes pelo juiz federal Jorge Ballestero no dia 21 de março. Ele recorreu à Câmara Federal, que, no entanto, não aceitou seu pedido de anulação do processo.
Os desembargadores Gabriel Cavallo e Horacio Vigliani, da Câmara Federal, também determinaram o congelamento de 20 mil pesos em bens do ex-ministro. Para os desembargadores, Cavallo se auto-atribuiu "funções que não lhe eram próprias" e "violentou o equilíbrio que deve imperar entre os poderes do Estado".
Em sua defesa, Cavallo vai argumentar que agiu de "boa-fé" e que tentava prestar assistência aos bancos que não sabiam como lidar com os recursos judiciais contra o "corralito".(JS)


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