São Paulo, sábado, 24 de agosto de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Número engloba saída de recursos externos nos 20 primeiros dias de agosto; Bovespa cai 0,26%

Mais R$ 525 mi deixam a Bolsa neste mês

DA REPORTAGEM LOCAL

No dia em que completou 112 anos, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou com baixa de 0,26%, em 9.676 pontos. O giro financeiro foi pequeno, de R$ 413,036 milhões. Na semana, a Bovespa acumulou alta de 1,57%.
Também ontem a instituição divulgou que nos primeiros 20 dias deste mês os investidores estrangeiros já retiraram R$ 525,155 milhões do mercado acionário paulista. No ano, o saldo está negativo em R$ 1,69 bilhão.
A fuga de capital estrangeiro da Bolsa começou em maio, intensificada por dois fatores.
Um deles é o risco político brasileiro em um ano eleitoral, com as fortes chances de a oposição vencer as eleições. O outro, a aversão mundial ao risco, após as fraudes contábeis cometidas por empresas norte-americanas.
O mercado doméstico foi influenciado ontem pelas quedas das Bolsas nos EUA. Além disso, investidores mantêm expectativas para dois acontecimentos da semana que vem.
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, farão viagem aos EUA para tentar modificar o humor dos investidores internacionais em relação ao país. Ainda que não espere pela retomada imediata da concessão de créditos ao Brasil, o mercado aguarda sinalização positiva.
Também é aguardada a divulgação da primeira pesquisa eleitoral após o início da propaganda na televisão. Se José Serra (PSDB), o candidato do governo e do mercado, por representar a continuidade da atual política econômica, mostrar que ainda tem fôlego para a disputa, o cenário poderá melhorar.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para as taxas de juros retomaram a trajetória de queda. Os contratos para janeiro do ano que vem, que concentram o maior número de negócios, fecharam a 21,55%, contra 22% na quinta-feira.
Anteontem, os juros subiram um pouco no mercado futuro, acompanhando a alta do dólar. Como a moeda norte-americana caiu ontem, houve espaço para nova queda das taxas. O BC manteve os juros brasileiros inalterados em 18% ao ano na quarta-feira e adotou o viés de baixa para a taxa. O mercado passou a vincular uma possível redução dos juros a uma queda do dólar para um patamar abaixo de R$ 3.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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