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MERCADO FINANCEIRO
Número engloba saída de recursos externos nos 20 primeiros dias de agosto; Bovespa cai 0,26%
Mais R$ 525 mi deixam a Bolsa neste mês
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia em que completou 112
anos, a Bolsa de Valores de São
Paulo fechou com baixa de 0,26%,
em 9.676 pontos. O giro financeiro foi pequeno, de R$ 413,036 milhões. Na semana, a Bovespa acumulou alta de 1,57%.
Também ontem a instituição
divulgou que nos primeiros 20
dias deste mês os investidores estrangeiros já retiraram R$ 525,155
milhões do mercado acionário
paulista. No ano, o saldo está negativo em R$ 1,69 bilhão.
A fuga de capital estrangeiro da
Bolsa começou em maio, intensificada por dois fatores.
Um deles é o risco político brasileiro em um ano eleitoral, com
as fortes chances de a oposição
vencer as eleições. O outro, a aversão mundial ao risco, após as
fraudes contábeis cometidas por
empresas norte-americanas.
O mercado doméstico foi influenciado ontem pelas quedas
das Bolsas nos EUA. Além disso,
investidores mantêm expectativas para dois acontecimentos da
semana que vem.
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, e o presidente do Banco
Central, Armínio Fraga, farão viagem aos EUA para tentar modificar o humor dos investidores internacionais em relação ao país.
Ainda que não espere pela retomada imediata da concessão de
créditos ao Brasil, o mercado
aguarda sinalização positiva.
Também é aguardada a divulgação da primeira pesquisa eleitoral após o início da propaganda
na televisão. Se José Serra (PSDB),
o candidato do governo e do mercado, por representar a continuidade da atual política econômica,
mostrar que ainda tem fôlego para a disputa, o cenário poderá melhorar.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para
as taxas de juros retomaram a trajetória de queda. Os contratos para janeiro do ano que vem, que
concentram o maior número de
negócios, fecharam a 21,55%,
contra 22% na quinta-feira.
Anteontem, os juros subiram
um pouco no mercado futuro,
acompanhando a alta do dólar.
Como a moeda norte-americana
caiu ontem, houve espaço para
nova queda das taxas. O BC manteve os juros brasileiros inalterados em 18% ao ano na quarta-feira e adotou o viés de baixa para a
taxa. O mercado passou a vincular uma possível redução dos juros a uma queda do dólar para um patamar abaixo de R$ 3.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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