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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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Documento faz defesa da atuação de Palocci

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O documento que apresenta o que deve ser a política industrial do governo Lula faz uma defesa da política econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
Em sua abertura, o texto diz: "A política macroeconômica adotada foi, e continua sendo, fundamental para a recuperação dos créditos internacionais para o setor público e privado" e "permitiu a superação da grave crise do ano passado".
Elaborado com a participação de técnicos da Fazenda, o documento destaca ainda que a atual política econômica pode conviver com uma política industrial -"a política macroeconômica de curto prazo se coaduna com as políticas aqui desenvolvidas".
Algo que, no governo passado, não era admitido dentro do Ministério da Fazenda comandado por Pedro Malan. E, no atual ministério, também sofria resistências por parte de alguns técnicos.
No início da discussão do documento sobre política industrial, auxiliares de Palocci como Joaquim Levy (Tesouro Nacional) e Marcos Lisboa (Política Econômica) apresentaram certa resistência. Palocci, porém, deixou claro aos dois que a adoção de uma política industrial era uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao gosto dos liberais de Palocci, no entanto, estão fora do foco principal da política industrial setores tradicionais como têxtil, alimentício e automobilístico. O que não deve, no entanto, agradar ao grupo ligado ao presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa.
Não significa que esses setores não terão nenhuma atenção do governo. Eles devem continuar sendo alvo de medidas emergenciais, como as adotadas recentes para as montadoras e as em estudo para fabricantes de linha branca (geladeiras, por exemplo).
O documento lista também as medidas que o governo deve adotar para aumentar a taxa de investimento no país: reorganizar os marcos regulatórios dos setores de infra-estrutura; desonerar exportações; elaborar medidas para redução do custo do crédito (aprovação da Lei de Falências, por exemplo) e desonerar gradualmente os bens de capital.
Essas medidas contribuiriam para reduzir a vulnerabilidade externa, destaca o documento, permitindo um ciclo sustentado de crescimento da economia brasileira nos próximos anos.

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