São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2005

Próximo Texto | Índice

MERCADO ABERTO

Empresários querem pressa em CPIs

Em jantar realizado na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) na segunda-feira, os empresários defenderam uma apuração rápida por parte das CPIs das denúncias que envolvem o governo. O temor é que a atual crise política e o excesso de denuncismo joguem por terra o bom momento que atravessa a economia. Se possível, antes de novembro, prazo previsto para o encerramento das CPIs.
Para os empresários, o ideal era que se fizesse uma espécie de blindagem da economia contra a crise, mas, como isso não é possível, a melhor saída é que se apure tudo e que os culpados sejam punidos o mais rápido possível. Os empresários ressaltaram que tudo deveria ser feito dentro dos limites da lei, sem excessos e sem revanchismo.
O jantar foi organizado por Paulo Skaf, presidente da Fiesp, e contou com a presença de cerca de 25 empresários. Entre eles, Antônio Ermírio de Moraes, Marcio Cypriano, Benjamin Steinbruch, Paulo Cunha, Eugênio Staub, Paulo Setubal, Ivan Zurita, Ivoncy Ioschpe, Fernando Xavier, Abram Szajman, Flávio Rocha e Fábio Meirelles.
Os empresários manifestaram total apoio ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho. Todos saíram convencidos de que Palocci, na entrevista coletiva de domingo, conseguiu virar o jogo que parecia contra ele. O caso Palocci foi considerado superado.
O maior medo dos empresários é mesmo o de a crise política frear o crescimento. A grande maioria dos empresários disse que seus negócios estavam se expandido, apesar da crise, dos juros altos e do dólar baixo. Poucos reclamaram. Apesar de não haver investimentos novos, os empresários também se comprometeram a não parar aqueles que estão em andamento.

BELEZA BRASILEIRA
O crescimento das vendas do setor de beleza no Brasil traz boas perspectivas de negócios para a edição deste ano da Cosmoprof Cosmética, que ocorre de 9 a 12 de setembro, no Anhembi, em São Paulo. Segundo Roberta Dias, diretora da Alcantara Machado, que organiza a feira, o Brasil tem atraído a atenção de empresas estrangeiras por conta de sua biodiversidade. "A busca do mercado nesse segmento é o encontro com a natureza, e isso no Brasil é muito evidente." Sem fazer previsões, a diretora diz que, no ano passado, só uma empresa dos EUA fechou US$ 500 mil em negócios durante a feira.

DEBATE
Severino Cavalcanti, presidente da Câmara, participa de debate com quase 300 empresários em São Paulo, na próxima segunda-feira, em evento promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais).

NO AZUL
As cinco empresas federais de distribuição de energia elétrica geridas pela Eletrobrás começam a mostrar sinais de recuperação. As chamadas "federalizadas" Ceron, Eletroacre, Ceal, Cepisa e Ceam apresentaram no primeiro semestre deste ano uma receita operacional líquida 26% superior àquela registrada no mesmo período de 2004: o total saltou de R$ 673,2 milhões para R$ 846,9 milhões.

A REGRA É CLARA
No jantar de segunda na Fiesp, Sidney Sanches, ex-presidente do STF, foi claro. Se a crise chegar ao impeachment, quem assume a Presidência é o vice. Não há, diz ele, hipótese de impedimento da chapa Lula-Alencar e Severino Cavalcanti assumir.

APOSTA INCA
A Blue Tree Hotels acaba de assinar contrato para gerenciar um resort no Peru, que será inaugurado em 2008. A construção será na cidade de Paracas, a 245 km ao sul de Lima. A região é conhecida como um importante centro cultural inca. O empreendimento terá 140 apartamentos e dois restaurantes, com centro de convenções para 300 pessoas. O investimento será peruano.

DNA DE VERDADE
Dos presentes ao DNA do Brasil Real, fórum de debates entre os dias 26 e 28, em São Paulo, 50% são brancos, 38% não têm renda, 28% têm entre 40 e 49 anos e 66% são católicos. Representam a exata divisão socioeconômica da população. Os debates são a continuação do DNA Brasil, que reuniu personalidades de diversas áreas em 2004.

NOVO RECORDE
A carteira de investimentos da BB DTVM rompeu nesta semana a barreira dos R$ 150 bilhões. De acordo com Nelson Rocha, presidente da distribuidora, esse montante representa 80% das captações da indústria de fundos. Rocha diz que, quando assumiu a BB DTVM, em 2003, o total de investimentos em carteira era de R$ 66 bilhões.

MAIS SEGURO
Impulsionado por um alinhamento estratégico e por fatores como a queda do dólar (que barateou a importação de carros, por exemplo), a divisão brasileira da companhia de seguros americana Chubb registrou seus melhores números em uma década no primeiro semestre. Com foco em apólices para a classe A e empresas, ela viu o resultado operacional (antes do IR) subir cerca de 700%. "Em janeiro, iniciamos um projeto de expansão para além do Sudeste, além de parcerias com corretores e novos produtos", diz Acácio Queiroz, presidente da Chubb Seguros desde janeiro. Um dos destaques, o segmento "personal lines", que engloba seguros de veículos de luxo, mansões e iates, teve alta de 94% na receita (prêmios emitidos) ante o mesmo período de 2004.


Próximo Texto: Aperto fiscal deve superar meta em 2005
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.