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INFRA-ESTRUTURA
Levy alerta para risco de alta da energia
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, alertou para o
risco de aumento do preço da
energia no período de 2007 a 2010,
caso haja atraso na construção de
hidrelétricas.
O alerta foi feito por meio de
transparência apresentada em seminário sobre infra-estrutura, na
qual um dos itens tinha como o título "Qual o custo do atraso das
hidrelétricas?".
De acordo com o material apresentado pelo secretário, haveria
aumento do preço porque a falta
de hidrelétricas levaria a um uso
maior das termelétricas (que produzem energia mais cara) e custos
com aceleração de obras de construção de gasodutos (que levam
gás natural às termelétricas).
Levy também disse aos participantes do seminário que a discussão sobre se haverá ou não energia em 2010 poderá afetar o crescimento. "Se há uma preocupação
que em 2010 vai haver uma dificuldade [de abastecimento], por
questões ambientais, essa perspectiva começa a afetar o crescimento hoje", afirmou o secretário, durante o seminário.
"Você pode estar falando de
uma usina daqui a oito anos, mas
isso tem impacto hoje, porque
quando um empresário decide vir
para o Brasil ele quer saber como
é que a gente vai estar em energia
daqui a cinco, daqui a sete, daqui
a oito anos", disse o secretário, em
entrevista, após o seminário.
Segundo ele, a disponibilidade
de energia no Brasil não é um risco hoje. "A disponibilidade de
energia é um fator em decisões de
investimento. No Brasil, este é um
risco? Eu não diria que hoje isso é
um risco. Não há motivo nenhum
de alarme ou preocupação excessiva nessa área", disse.
Levy ressaltou a questão do licenciamento ambiental na liberação das usinas. "Em muitas áreas
há questões institucionais. No setor elétrico, é importante a gente
resolver questões de ambiente de
maneira equilibrada, que proteja
e que não atrase a disponibilização de novos potenciais para licitação", afirmou. "O governo está
consciente das questões e há um
trabalho integrado para garantir
investimento", disse.
Em agosto do ano passado, o
governo anunciou que pretendia
licitar, no primeiro trimestre deste ano -prazo já vencido-, 17
novas usinas hidrelétricas, que
iriam adicionar 2.829 MW ao sistema a partir de 2009.
Desse total, apenas uma usina já
tem o licenciamento ambiental.
Ainda assim, o governo mantém
que irá conseguir licitá-las até o final do ano.
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