São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INFRA-ESTRUTURA

Levy alerta para risco de alta da energia

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, alertou para o risco de aumento do preço da energia no período de 2007 a 2010, caso haja atraso na construção de hidrelétricas.
O alerta foi feito por meio de transparência apresentada em seminário sobre infra-estrutura, na qual um dos itens tinha como o título "Qual o custo do atraso das hidrelétricas?".
De acordo com o material apresentado pelo secretário, haveria aumento do preço porque a falta de hidrelétricas levaria a um uso maior das termelétricas (que produzem energia mais cara) e custos com aceleração de obras de construção de gasodutos (que levam gás natural às termelétricas).
Levy também disse aos participantes do seminário que a discussão sobre se haverá ou não energia em 2010 poderá afetar o crescimento. "Se há uma preocupação que em 2010 vai haver uma dificuldade [de abastecimento], por questões ambientais, essa perspectiva começa a afetar o crescimento hoje", afirmou o secretário, durante o seminário.
"Você pode estar falando de uma usina daqui a oito anos, mas isso tem impacto hoje, porque quando um empresário decide vir para o Brasil ele quer saber como é que a gente vai estar em energia daqui a cinco, daqui a sete, daqui a oito anos", disse o secretário, em entrevista, após o seminário.
Segundo ele, a disponibilidade de energia no Brasil não é um risco hoje. "A disponibilidade de energia é um fator em decisões de investimento. No Brasil, este é um risco? Eu não diria que hoje isso é um risco. Não há motivo nenhum de alarme ou preocupação excessiva nessa área", disse.
Levy ressaltou a questão do licenciamento ambiental na liberação das usinas. "Em muitas áreas há questões institucionais. No setor elétrico, é importante a gente resolver questões de ambiente de maneira equilibrada, que proteja e que não atrase a disponibilização de novos potenciais para licitação", afirmou. "O governo está consciente das questões e há um trabalho integrado para garantir investimento", disse.
Em agosto do ano passado, o governo anunciou que pretendia licitar, no primeiro trimestre deste ano -prazo já vencido-, 17 novas usinas hidrelétricas, que iriam adicionar 2.829 MW ao sistema a partir de 2009.
Desse total, apenas uma usina já tem o licenciamento ambiental. Ainda assim, o governo mantém que irá conseguir licitá-las até o final do ano.


Texto Anterior: Operação encontra 1.700 sem registro
Próximo Texto: Cresce consumo de lenha no país, afirma estudo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.