São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2005

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Companhia admite que deve demitir

DA FOLHA ONLINE, NO RIO
DA FOLHA ONLINE
DA REPORTAGEM LOCAL


O presidente da Varig, Omar Carneiro da Cunha, afirmou ontem que a aérea precisa reduzir custos em até 40%. Para chegar a esse patamar de eficiência, o processo de reestruturação da companhia deverá incluir demissões.
Segundo ele, a Varig trabalha com duas vertentes: corte de benefícios e redução de pessoal em áreas em que há excedente de funcionários. A lei de recuperação permite que a Varig revise as condições contratuais de trabalho. "A Varig mantém condições contratuais de trabalho que foram sempre bastante generosas e, com o passar do tempo, acabam acumulando custos salariais que são incompatíveis com a realidade do mercado brasileiro", disse.
Ainda não há um número fechado de funcionários que serão cortados. A definição depende do trabalho da Lufthansa Consulting, que reavalia o tamanho da frota e as rotas da companhia.
"A empresa vai vender o filé mignon e vai deixar o osso para o trabalhador roer", afirma Uébio José da Silva, presidente do Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo. "A venda desse ativo pode ser prejudicial à recuperação da Varig no futuro", diz Graziella Baggio, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas.
"Imaginar que uma companhia que entra em recuperação vai sair sem demissão é impossível", afirmou Cunha. Segundo ele, a companhia tem infra-estrutura suficiente para atender 118 aeronaves, mas tem hoje 40 aviões a menos. Sem as subsidiárias, a Varig tem cerca de 11.500 funcionários.
Segundo Cunha, no longo prazo, a Varig pretende padronizar a frota para melhorar a eficiência e, após a recuperação, teria interesse de utilizar aviões da Embraer. Atualmente a Varig tem 13 tipos de aeronaves e motores. O objetivo é ter apenas dois modelos de aeronave em cinco anos -seriam somente aviões 777 e 737.


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