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Lucro da Caixa cresce 43,4% com negócios com crédito e habitação
Quase 70% do resultado, ou R$ 920 mi, já havia sido repassado ao Tesouro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Caixa Econômica Federal
lucrou no primeiro semestre
R$ 1,344 bilhão e, antes mesmo
de conhecer o resultado, já havia antecipado R$ 920 milhões
em dividendos para o Tesouro,
que é o controlador do banco.
O dinheiro repassado em
duas parcelas, em abril e em
maio, representa quase 70% do
lucro e serviu para o governo
engordar as estatísticas do programa de ajuste fiscal num período de aumento dos gastos
públicos. Os recursos superam
os R$ 626 milhões que a instituição pretendia distribuir como dividendos com base no resultado do primeiro semestre.
Entre os cinco maiores bancos do país, a Caixa foi a segunda com o menor desempenho, à
frente do Unibanco, que teve
um lucro de R$ 1,068 bilhão. O
Banco do Brasil lucrou nos primeiros seis meses do ano R$ 3,8
bilhões, o Bradesco, R$ 3,1 bilhões, e o Itaú, R$ 2,9 bilhões.
O resultado da Caixa representa alta de 43,4% em comparação com os R$ 937 milhões
do primeiro semestre de 2005.
Segundo João Dornelles, vice
de Controladoria e Finanças, o
aumento do lucro se deu em razão da elevação das operações
de crédito, sobretudo a empresas, e na área de habitação.
De janeiro a junho, a Caixa
emprestou R$ 7,4 bilhões em
crédito imobiliário, quase três
vezes os R$ 2,7 bilhões no mesmo período de 2005.
"Desde o ano passado, a Caixa vem intensificando as operações com pessoas jurídicas para
financiar o setor produtivo",
disse Dornelles. Ante o primeiro semestre de 2005, houve alta
de 48,8% nessas operações.
Esse segmento, no entanto, é
também o que registra um forte
aumento na inadimplência. A
quantidade de operações com
atraso há mais de 60 dias dobrou: 4% no primeiro semestre
de 2005 para 8%.
"Esse não é um patamar
preocupante. É natural que haja um aumento da inadimplência com a expansão da carteira", disse Dornelles. Já nas operações comerciais com pessoas
físicas, a inadimplência é de
7%, ante 6% em 2005.
O resultado do semestre
também foi impulsionado pelas receitas com a negociação
de títulos públicos, que ainda
representam a principal fonte
do banco -cerca de 43% do total. Já a receita com operações
de crédito foi de 24%.
Já os gastos com pessoal subiram 20%, devido à contratação de 8.800 funcionários no
segundo semestre passado em
razão de novas agências e substituição de terceirizados.
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