São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lucro da Caixa cresce 43,4% com negócios com crédito e habitação

Quase 70% do resultado, ou R$ 920 mi, já havia sido repassado ao Tesouro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Caixa Econômica Federal lucrou no primeiro semestre R$ 1,344 bilhão e, antes mesmo de conhecer o resultado, já havia antecipado R$ 920 milhões em dividendos para o Tesouro, que é o controlador do banco.
O dinheiro repassado em duas parcelas, em abril e em maio, representa quase 70% do lucro e serviu para o governo engordar as estatísticas do programa de ajuste fiscal num período de aumento dos gastos públicos. Os recursos superam os R$ 626 milhões que a instituição pretendia distribuir como dividendos com base no resultado do primeiro semestre.
Entre os cinco maiores bancos do país, a Caixa foi a segunda com o menor desempenho, à frente do Unibanco, que teve um lucro de R$ 1,068 bilhão. O Banco do Brasil lucrou nos primeiros seis meses do ano R$ 3,8 bilhões, o Bradesco, R$ 3,1 bilhões, e o Itaú, R$ 2,9 bilhões.
O resultado da Caixa representa alta de 43,4% em comparação com os R$ 937 milhões do primeiro semestre de 2005. Segundo João Dornelles, vice de Controladoria e Finanças, o aumento do lucro se deu em razão da elevação das operações de crédito, sobretudo a empresas, e na área de habitação.
De janeiro a junho, a Caixa emprestou R$ 7,4 bilhões em crédito imobiliário, quase três vezes os R$ 2,7 bilhões no mesmo período de 2005.
"Desde o ano passado, a Caixa vem intensificando as operações com pessoas jurídicas para financiar o setor produtivo", disse Dornelles. Ante o primeiro semestre de 2005, houve alta de 48,8% nessas operações.
Esse segmento, no entanto, é também o que registra um forte aumento na inadimplência. A quantidade de operações com atraso há mais de 60 dias dobrou: 4% no primeiro semestre de 2005 para 8%.
"Esse não é um patamar preocupante. É natural que haja um aumento da inadimplência com a expansão da carteira", disse Dornelles. Já nas operações comerciais com pessoas físicas, a inadimplência é de 7%, ante 6% em 2005.
O resultado do semestre também foi impulsionado pelas receitas com a negociação de títulos públicos, que ainda representam a principal fonte do banco -cerca de 43% do total. Já a receita com operações de crédito foi de 24%.
Já os gastos com pessoal subiram 20%, devido à contratação de 8.800 funcionários no segundo semestre passado em razão de novas agências e substituição de terceirizados.


Texto Anterior: Mais aposentados recebem o salário mínimo
Próximo Texto: Paulo Nogueira Batista Jr.: Os reis da bufunfa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.