O número do IPCA-15 de agosto divulgado ontem, que mostrou uma alta de 0,42% em relação ao 0,24% de julho, acendeu o sinal amarelo em relação ao comportamento da inflação neste ano.
A grande questão, entre os economistas, é se essa elevação da inflação, somada à crise financeira, servirá de argumento para o Banco Central frear o processo de queda da taxa de juro na próxima reunião do Copom, nos dias 4 e 5 de setembro.
O ex-diretor do Banco Central Sérgio Werlang, do banco Itaú, diz que essa alta da inflação em agosto foi muito concentrada no aumento no preço dos alimentos, e, portanto, na sua opinião, não deveria servir de pretexto para o Banco Central estancar a queda dos juros. Ele acha mais provável uma redução de 0,25 ponto percentual do juro na próxima reunião do Copom.
Para Werlang, só justificaria uma parada no processo de redução do juro se houvesse uma nova onda de turbulência financeira global e o dólar se mantivesse em uma faixa acima de R$ 2,05/US$ por um tempo prolongado.
Se isso não ocorrer, no entanto, ele não vê motivos para uma freada na redução do ritmo de corte do juro básico da economia.
A economista Ana Carla Abrão Costa, da Tendências Consultoria, diz que, apesar de a maior contribuição continuar vindo do grupo alimentação e estar vinculada à permanência dos choques de ofertas, já se percebe a disseminação de seus efeitos sobre outros grupos.
Excluindo alimentos, a taxa foi bem mais baixa, de 0,26%, mas ainda assim mostrou uma aceleração em relação ao 0,07% observado no IPCA de julho.
O que mais chama a atenção, de acordo com Costa, é o desempenho de serviços, que mostrou uma alta de 0,51% em relação ao 0,27% de julho. Além disso, a média dos núcleos da inflação voltou a subir, de 0,14% a 0,32%.
De acordo com a economista, à exceção do desempenho dos preços administrados, que caíram 0,11%, a inflação medida pelo IPCA-15 de agosto confirma a necessidade de cautela por parte do Copom na próxima reunião.

Petroquímica expande atuação na América do Norte

A petroquímica Unigel acaba de fechar um acordo com a mexicana Pemex para reativar uma fábrica na cidade de Morellos. Com unidades no Brasil e no México, a empresa é especializada na produção dos componentes do acrílico. Com a reativação da unidade mexicana, veio a compra de uma outra fábrica, que também estava fechada.
O objetivo, segundo o presidente Henri Slezynger, é ter a matéria-prima no país. "Teremos no México a mesma cadeia de acrílico do Brasil, para atender o mercado mexicano e o americano."

CONFEITO
O atelier Jeniffer Bresser Exclusivité -que produz objetos artesanais como lembrancinhas de casamento e de eventos empresariais- vai importar e distribuir Dragées Pécou para o Brasil. A patente das amêndoas confeitadas pertence a uma única família da França, desde o século 19. Segundo Jeniffer Bresser, a aposta para o mercado brasileiro está nos confeitados de amêndoas, chocolate e pistache, que custam até R$ 140 por quilo. "A cada ano é lançada uma coleção, como se fosse moda", diz Bresser.

ELEIÇÃO
Será realizada na próxima segunda a eleição para a nova presidência do Iedi. Tudo indica que o empresário Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas, será reempossado para mais um mandato de dois anos. Ele diz, no entanto, que todos os conselheiros do Iedi têm condições de assumir a presidência da instituição.

DOSE DUPLA
Pela análise de especialistas do setor, o consórcio vencedor da licitação da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), pode ganhar também a usina de Jirau, que tem leilão previsto para março do ano que vem. Quem vencer a disputa por Santo Antônio, que será leiloada em outubro deste ano, já estará instalado no local mais próximo do destinado à usina de Jirau e, por isso, terá como fazer a obra da segunda usina com custos bem menores do que o dos concorrentes. O raciocínio dos especialistas é que o operador da usina de Santo Antônio poderá oferecer tarifas mais baixas no leilão de Jirau e levar a usina.

COM FERMENTO
Com US$ 230 milhões em caixa, a Ersa, empresa de energia gerida pelo Pátria Investimentos, anuncia a compra de 12 projetos de pequenas centrais hidrelétricas do grupo Opportunity. Segundo Octavio Castello Branco, sócio do Pátria e presidente da Ersa, a idéia é investir R$ 2 bilhões em energia renovável até 2011. "Há demanda crescente e os preços estão em alta", diz. "Investiremos em aquisições e em novos projetos."

NA PLANTA
A Klabin Segall lança 20 projetos em sete cidades, neste semestre, todos voltados para a classe média.

FIM DE ANO
A Caixa Econômica Federal ampliou os recursos disponíveis na linha de crédito para financiamento da folha de pagamento do 13º salário das empresas. O banco tem R$ 1 bilhão de crédito, 285% a mais que em 2006. A empresa pode ter prazo de até 12 meses e taxas de juros que variam segundo o prazo, valor e análise de crédito. A linha fica disponível de 2 de outubro a 28 de dezembro.

MUNDIAL
Philip Kotler, especialista em marketing com livros editados em 58 países, vem ao Brasil a convite da Telefônica para evento no dia 29.

AO TRABALHO
A procura pelo programa de trainee da C&A subiu de 12 mil inscritos em 2006 para 17 mil em maio. A inscrição da nova edição vai de 1º de setembro a 16 de outubro.