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Na visão de Lula, tranqüilidade se deve a sacrifício
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em discurso para empresários do setor de infra-estrutura, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva afirmou
ontem que a tranqüilidade
do Brasil em relação à recente crise nos mercados é fruto
do "sacrifício" feito em 2003.
O pronunciamento foi feito antes do anúncio da elevação da nota de risco do Brasil
pela agência Moody's.
Segundo Lula, o Brasil colhe hoje a "coragem" que o
governo teve em 2003. "Tivemos que enfrentar, de um
lado, os meus companheiros
trabalhadores, sindicalistas,
querendo que a gente resolvesse o problema da classe
operária no primeiro ano de
governo. Tínhamos, do outro
lado, empresários querendo
que nós fizéssemos os investimentos que não tinham sido feitos em três décadas, no
primeiro ano. E nós então tomamos a decisão que qualquer pessoa de bom senso tomaria. Primeiro nós temos
que arrumar a casa."
Em uma espécie de chamamento ao diálogo, Lula
afirmou que "ninguém é dono da verdade". "O ministro
da Fazenda já não se sente
mais o todo-poderoso e que
somente a verdade dele prevalece; o ministro do Planejamento não se sente mais
assim, o presidente já não se
sente mais assim. E todos vocês também aprenderam que
a iniciativa privada não é o
absolutismo que se tentou
vender. Todos nós temos virtudes, temos falhas", disse.
(JULIANNA SOFIA e LETÍCIA SANDER)
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