São Paulo, segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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FolhaInvest

Fundos aumentam captação de recursos

Diferença entre saques e aplicações até o dia 17 é positiva em R$ 5,54 bi, ante R$ 1,02 bi da caderneta de poupança

Para consultor, migração de depósitos para a poupança não ocorre, o que torna mais improvável mudança nas regras do investimento

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os fundos de investimento têm se mantido firmes, contrariando a anunciada fuga para a poupança. Nesse cenário, mudanças nas taxas cobradas nos fundos e alterações nas regras da poupança parecem estar cada vez mais distantes.
A captação parcial de recursos dos fundos de investimento neste mês é bem superior à registrada pela caderneta de poupança. Enquanto a indústria de fundos registrou captação líquida (diferença entre saques e aplicações) de R$ 5,54 bilhões até o dia 17, a poupança conseguiu atrair só R$ 1,02 bilhão.
O que chama a atenção é o fato de os fundos DI e de renda fixa, que pagam juros -e, consequentemente, foram punidos pela redução da taxa básica Selic-, estarem atraindo ainda forte volume de recursos.
Os fundos DI, que são os que refletem mais diretamente a oscilação da Selic, captaram R$ 1,55 bilhão neste mês até o dia 17 -ou seja, mais do que a poupança. No caso dos fundos de renda fixa, a captação foi de R$ 1,94 bilhão no período.
"Os fundos cobram taxas de administração ainda muito elevadas, especialmente se considerarmos o atual nível dos juros básicos", afirma Carlos Daniel Coradi, diretor-presidente da consultoria EFC. Para o consultor, nada deve mudar tão cedo, pois o mercado não está vivenciando a temida migração para a poupança. "Os bancos visam o lucro, e as taxas dos fundos são uma forma de otimizar seus ganhos", diz Coradi.
Até o momento, a principal alteração que os bancos fizeram no setor de fundos foi ampliar as alternativas de aplicações para os clientes tentarem obter taxas mais competitivas.
O que a maioria das instituições financeiras fez foi reduzir o valor mínimo de aplicação inicial de parte de seus fundos. Na prática, o cliente passou a ter mais opções de fundos para aplicar seu dinheiro. Como as taxas de administração cobradas variam, surgiram chances de encontrar uma aplicação com custo menor para o mesmo montante investido.
Com a atual Selic, que está em 8,75% anuais, poucos fundos de varejo conseguem dar ganho líquido (descontado IR e taxa de administração) maior que o da poupança. Considerando um IR de 20%, apenas os fundos com taxa de administração máxima de 0,5% conseguiriam dar resultado melhor que o da caderneta. E é raro encontrar um fundo de varejo com uma taxa nesse nível.


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