|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fundos DI vivem o melhor mês do ano
Além de não sacarem recursos, investidores elevam aplicações nesses fundos sob a expectativa de que juros voltem a subir em 2010
Com o objetivo de pagar menos Imposto de Renda, investidores optam por não fazer resgates e mantêm
as aplicações onde estão
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de a taxa básica Selic
estar em seu piso, a 8,75%
anuais, os fundos DI atravessam seu melhor mês no ano. O
máximo que os analistas esperavam é que os investidores
mantivessem suas economias
nessas aplicações -e não que
aportassem novos recursos.
O resultado do mês passado,
quando houve saques líquidos
de R$ 56 milhões nos fundos
DI, parecia muito mais ajustado ao cenário atual. Neste mês,
até o dia 17, a captação estava
positiva em R$ 1,55 bilhão. E,
de acordo com operadores de
corretoras, no dia 18 esse saldo
continuou crescendo, superando R$ 2 bilhões.
"Para o brasileiro mudar de
aplicação ou migrar para a poupança, como se temia, tem de
haver diferenças mais gritantes
entre as rentabilidades oferecidas. Com a diferença pequena
que há hoje entre as aplicações,
não é de surpreender que a
principal opção tenha sido a de
permanecer nos fundos e mesmo colocar mais recursos", diz
Luiz Antonio Vaz das Neves,
analista da KNA Consultores.
O investidor mais informado
também pode estar considerando a possibilidade de os juros começarem a subir gradativamente em 2010. O mercado
futuro de juros projeta que a taxa Selic esteja em seu piso e que
há grandes chances de ser elevada no próximo ano.
Como a cobrança do IR que
incide sobre os fundos varia de
acordo com o tempo em que a
pessoa mantém a aplicação,
muita gente deve ter preferido
deixar suas economias paradas
para pagar menos imposto no
futuro. Quem resgata aplicações em fundos em até seis meses paga a alíquota máxima do
IR, que é de 22,5%; já quem
conserva os investimentos por
mais de dois anos paga 15% de
imposto.
"O governo saiu com aquele
projeto estranho de taxar a
poupança antes mesmo de haver migração de recursos e deve
ter achado bom não ter sido
obrigado a colocá-lo em prática. Como não vejo nenhuma alteração radical no mercado nos
próximos meses, é provável
que acabe não havendo mudança nas regras da poupança",
afirma Carlos Daniel Coradi, da
consultoria EFC.
Equilibrar disputa
O projeto anunciado pelo governo era passar a cobrar Imposto de Renda, a partir de
2010, das cadernetas de poupança com saldo superior a R$
50 mil. Dessa forma, tentaria
equilibrar a disputa, favorecendo os fundos.
Além de os fundos que pagam juros continuarem atraindo o investidor, os dados da Anbid mostram que os multimercados têm se tornado uma opção mais procurada. Os multimercados são fundos que têm
como particularidade poder
aplicar sua carteira em uma
grande variedade de ativos
-como títulos que pagam juros, ações e câmbio. Com isso,
elevam as chances de ganhos,
mas carregam maiores riscos.
Neste mês, até o dia 17, os multimercados haviam captado R$
3,83 bilhões.
(FABRICIO VIEIRA)
Texto Anterior: Investidor prefere corretora independente Próximo Texto: Frase Índice
|