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ENERGIA
Com empresa na disputa por linhas de transmissão, deságio médio é de 36%
Eletrobrás ganha 4 linhas em leilão
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Eletrobrás foi a grande vencedora do leilão de novas linhas de
transmissão de energia elétrica
realizado ontem pela Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica), na Bolsa de Valores de São
Paulo, o que levou alguns participantes a reclamarem do caráter
"estatizante" do leilão.
Dos sete lotes leiloados, totalizando 1.787 quilômetros de linhas, quatro foram arrematados
por consórcios formados pela
Eletronorte, Furnas, Chesf e Eletrosul, subsidiárias da Eletrobrás,
em parceria com o setor privado.
Dois lotes ficaram com empresas espanholas -a Abengoa e a
Control y Montajes Industriales
Cymi, que têm 95% do consórcio
Alhambra. Um lote foi arrematado por grupo privado nacional, o
consórcio Lumitrans, formado
pela Luminar, de Santa Catarina.
A presença da Eletrobrás na disputa resultou no deságio médio
de 36%. Pelas regras da licitação,
venceriam os participantes que
apresentassem a proposta de menor receita anual para a prestação
do serviço. Com o deságio, os
vencedores abriram mão de uma
receita equivalente a R$ 160,9 milhões anuais.
"Foi um leilão estatizante: as
empresas do setor privado trabalhavam com o deságio médio de
12%, mas as estatais puxaram o
preço para baixo", diz Célio de
Oliveira, diretor da Cel Engenharia, participante do consórcio
Goiás Energia, que perdeu a concessão para construir a linha de
transmissão que irá de Londrina
(PR) a Araraquara (SP).
O presidente da Eletrobrás, Luiz
Pinguelli Rosa, admitiu que a participação das estatais no leilão
"contribuiu para aumentar o deságio". Segundo José Mário Abdo,
diretor-geral da Aneel, o deságio
obtido no leilão foi equivalente à
soma dos deságios de todos os leilões de quase 8.000 quilômetros
de linhas de transmissão feitos pela agência desde 1998 até 2002.
A Eletrobrás foi proibida, por
normas estabelecidas pelo governo anterior, de participar daquelas licitações, segundo Pinguelli.
"Quem ganha com o leilão é a sociedade, que pagará tarifas mais
baixas, pois o custo de transmissão de energia será o menor possível", diz Maurício Tomalsquim,
secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia.
As novas linhas de transmissão
demandarão R$ 1,7 bilhão em investimentos e gerarão receitas
anuais de R$ 249,2 milhões. O
BNDES poderá financiar até 70%
dos investimentos.
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