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Governo prevê desaceleração das exportações globais em 2009
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto a maior parte do
governo espera reflexos quase
imperceptíveis da crise norte-americana no Brasil, o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, avaliou ontem que
"ninguém sairá incólume" da
turbulência e que as exportações de todo o mundo tendem a
arrefecer em 2009.
"Ninguém sairá incólume de
uma crise como essa, de outro
lado haverá uma desaceleração
das exportações mundiais", assinalou Barral.
Na terceira revisão da meta
de exportações deste ano, o governo elevou ontem a estimativa de US$ 190 bilhões para US$
202 bilhões. Em novembro
passado, a primeira meta divulgada foi de US$ 172 bilhões.
A nova meta, que o mercado
espera ver superada com folga,
representa alta de 25,7% nas
exportações em relação ao ano
passado, quando o Brasil vendeu US$ 160,65 bilhões em produtos ao exterior.
Segundo a OMC (Organização Mundial do Comércio), as
exportações mundiais cresceram 5,5% no ano passado em
relação a 2006. Se confirmada a
previsão do governo, as exportações brasileiras terão crescido mais do que as vendas de todos os países desenvolvidos e
chegam a superar até mesmo as
da China.
O governo espera que as exportações reduzam, até o fim
do ano, o ritmo de alta de 27,7%
-registrado de janeiro a agosto- para 22,2%. Nesse cenário,
as exportações de 2008 serão
US$ 41,35 bilhões superiores ao
ano passado, alta de 25,7%.
Segundo Barral, o ajuste no
câmbio leva "de 90 dias a 120
dias" para afetar as exportações
e espera que o dólar mais caro
ajude a competitividade da indústria brasileira no ano que
vem. Já o analista Francisco
Pessoa, da LCA Consultores,
estima exportações de US$ 208
bilhões neste ano.
Commodities
Ao traçar a nova meta de exportações, a equipe do Ministério do Desenvolvimento partiu
da premissa de que as commodities vão continuar em alta
neste ano.
Barral refutou a tese de que
os preços vêm caindo e disse
que, na verdade, as cotações estacionaram em patamares superiores aos do ano passado.
Analisando os preços de exportação de 25 produtos, é possível
verificar que todos apresentaram aumento, exceto o suco de
laranja congelado.
Para Mateus Zanela, da CNA
(Confederação Nacional da
Agricultura e Pecuária), "os
preços das commodities agrícolas vão continuar elevados"
no ano que vem.
Em relação à meta de exportações para 2009, Barral disse
que é cedo para previsões.
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