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Vendas em supermercados têm alta de 9,4% no ano
Só no mês passado, faturamento cresceu 12,5%
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
Apesar da desaceleração da
inflação nos últimos três meses, como aponta o IPCA, as
vendas nos supermercados
continuam em alta e com perspectiva de fechar 2008 com recorde histórico. No acumulado
do ano até agosto, o aumento
real é de 9,36% no confronto
com o mesmo período em
2007, de acordo com a Abras
(Associação Brasileira de Supermercados).
A projeção para todo o ano,
segundo o presidente da entidade, Sussumu Honda, é ter
uma alta entre 8% e 10%. Em
agosto, com relação ao mesmo
mês do ano passado, o aumento
foi de 12,47% e, no confronto
com julho, de 3,25%.
Honda credita o resultado ao
calendário de agosto, com volta
às aulas e Dia dos Pais, e ao
crescimento no número de trabalhadores empregados. Segundo o Caged (Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados), o número de vagas formais geradas nos oito primeiros meses de 2008 (1,803 milhão de pessoas) superou o total de postos criados em todo o
ano passado.
Para Eduardo Terra, professor do Provar (Programa de Administração de Varejo) da FIA
(Fundação Instituto de Administração), a expectativa positiva gerada no mercado de trabalho impulsiona o consumo até
de quem já estava empregado.
Ele ressalta, no entanto, que
os dados se referem ao período
antes da intensificação da crise
no mercado financeiro, que pode afetar o desempenho do varejo neste mês, principalmente
do consumo de bens duráveis.
A Abras divulgou também o
índice de volume no primeiro
semestre, mensurado pela
Nielsen, que apontou estabilidade (-0,3%) em relação ao ano
anterior. No mesmo intervalo,
o faturamento apresentou
crescimento de 8,66%, sustentado pela disparada da inflação.
Entre os produtos com maior
queda no volume estão queijo
(-12,1%), leite em pó (-9,5%), farinha de trigo (-8,4%), açúcar
(-5,7%), leite longa vida (-5,2%)
e arroz (-5,1%). Na outra ponta,
registraram altas significativas
no volume sopa (20,9%), bebidas à base de soja (19,6%) e molho de tomate (12,5%).
Por categoria, a maior retração foi contabilizada em higiene, saúde e beleza (-2,2%), puxada pelas quedas em desodorante (-8,6%), condicionador
(-7,8%) e sabonete (-6,0%).
Pelos números do faturamento, Honda infere que o volume voltou a crescer no segundo semestre e projeta leve alta
de 0,5% no fechamento do ano.
O presidente da Abras afirma
que o crescimento almejado é
com aumento também de volume, não apenas de preço, pois
com inflação alta os consumidores cortam alguns produtos e
podem se acostumar sem eles.
"O topo da pirâmide não altera
seus hábitos de consumo", diz o
consultor especializado em varejo Eugênio Foganholo, da
Mixxer, frisando que a variação
se deve ao comportamento das
classes B, C e D.
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