|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Obama pressionará grupo para eliminar subsídios ao petróleo
DO ENVIADO ESPECIAL A PITTSBURGH
O governo norte-americano
deixou claro ontem que vai
pressionar seus pares do G20,
na cúpula que começa hoje em
Pittsburgh, para que sejam eliminados todos os subsídios aos
combustíveis fósseis, como são
os derivados do petróleo.
Pelos cálculos de Todd Stern,
delegado especial do presidente Barack Obama para mudança climática, estudos internacionais indicam que, "se tais
subsídios fossem eliminados,
haveria uma redução de 12% na
emissão dos gases que causam
o efeito estufa até 2050".
A ideia de eliminar os subsídios já havia sido levantada em
mais de uma ocasião por Obama, inclusive em seu discurso
de anteontem na Cúpula sobre
Mudança Climática na ONU.
Mas havia uma difusa sensação
de que a proposta seria remetida às discussões ambientais, e
não ao G20, que teoricamente
trata apenas de questões econômico-financeiras.
Mas, ontem, o delegado de
Obama para o G20, Mike Froman foi claro: "Colocaremos à
mesa o desejo de obter um
acordo para eliminar as subvenções às energias fósseis".
A lógica por trás da proposta
é a seguinte, diz Stern: "Os subsídios à energia têm significativo impacto na segurança energética, na mudança climática,
na competitividade, na saúde e
nas finanças dos governos".
O problema é que os subsídios são concedidos essencialmente pelos países em desenvolvimento, o que significa que
serão eles que terão que tomar
a iniciativa, o que sempre causa
reações e a suspeita de que os
Estados Unidos agem movidos
apenas por seus interesses.
De todo modo, a proposta sobre subsídios é apenas parte do
pacote geral do que Obama tem
chamado de "economia verde",
ou seja todo um projeto de reforma econômica de forma a
que o crescimento econômico
se apoie menos na emissão de
gases responsáveis pela mudança climática.
Os Estados Unidos têm seu
próprio plano, ainda pendente
de aprovação no Congresso,
mas gostariam de que os parceiros do G20 subscrevessem
uma ação global com idêntico
propósito. Se a proposta for levada avante, o mais provável é
que surjam as mesmas discrepâncias entre países ricos e o
mundo emergente que marcam
as negociações para a cúpula
específica do clima, a realizar-se em dezembro em Copenhague.
(CR)
Texto Anterior: Fed vê melhora da economia norte-americana Próximo Texto: Encontro deveria ser permanente, afirma Mantega Índice
|