São Paulo, quinta-feira, 24 de setembro de 2009

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Número de usuários de banda larga cresce 16% no 1º semestre

Queda do PIB no período não afetou a procura pelo serviço; 20% das conexões já são por acesso móvel

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

O número de usuários do serviço de banda larga para acesso à internet cresceu 16% no primeiro semestre deste ano. O setor se manteve em forte expansão apesar da queda de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB) verificada no período.
Segundo levantamento divulgado ontem pela Cisco (fornecedora mundial de soluções de telecomunicações), o número de assinantes de banda larga no país chegou a 13,6 milhões no final de junho, dos quais 20% já são por conexão móvel, oferecida pelas operadoras de telefonia celular.
"O mercado de banda larga praticamente não foi afetado pela crise econômica mundial", afirmou o presidente da Cisco do Brasil, Rodrigo Abreu. O acesso móvel à internet começou em 2007 e já soma 2,6 milhões de usuários. No primeiro semestre do ano foram registrados 1,13 milhão de novos assinantes para conexão fixa e 680 mil para conexão móvel.
Os dados mostram haver competição pela oferta de serviços de banda larga entre empresas de telefonia fixa, de TV por assinatura e de telefonia celular, em contraste com a telefonia fixa local, onde persiste um quase monopólio das concessionárias privatizadas.
As teles fixas respondem por 7,6 milhões de acessos à banda larga (cerca de 52% do total), enquanto as televisões a cabo têm 28% do mercado. Para 4,1 milhões de assinantes de seu serviço principal (televisão por assinatura), as TVs a cabo possuem 3 milhões de usuários de banda larga.
"As TVs a cabo foram pioneiras na venda de pacotes "triple play" [oferta tripla, com TV, internet e telefone] e impulsionaram a venda da banda larga", avalia Abreu. De janeiro de 2005 a junho deste ano, o número total de assinantes de banda larga cresceu 235% -de 4,1 milhões para 13,6 milhões.
Abreu defende que a banda larga seja tratada como serviço essencial nas políticas públicas, para estimular a disseminação e a redução dos preços. Apenas 5,8% da população usa a banda larga, enquanto na Argentina e no Chile a proporção é de 8,8%.
São Paulo é o Estado em que o serviço está mais disseminado, com 11%. Para o presidente da Cisco, as tarifas deveriam ser subsidiadas, com uso de recursos do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações), e a carga tributária, reduzida. Segundo as empresas do setor, a carga tributária sobre os serviços de telecomunicações supera 40%.

Tarifa
Pela pesquisa da Cisco, a assinatura mensal da conexão de velocidade mais baixa (128 Kbps), oferecida pelas empresas de telefonia fixa, manteve-se em R$ 49,90 nos últimos 12 meses, enquanto o serviço de velocidade mais alta (20 Mbps), que custava, em média, R$ 487,50 em junho do ano passado, havia caído para R$ 286,40 mensais em junho deste ano.
Nas conexões por "cable modem", o serviço de velocidade mínima (200 Kbps) baixou de R$ 52,90 para R$ 29,90 no período, mas a conexão mais veloz (de 8 Mbps) aumentou de R$ 209,90 para R$ 239,90.


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