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São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2003

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ÂNCORA VERDE

Governo prevê alta de 4,2% na produção graças à expansão da fronteira agrícola; cresce presença de soja transgênica

Próxima safra deve bater novo recorde

ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo com as condições climáticas menos favoráveis, a safra de grãos 2003/2004 poderá ser recorde e superar em até 4,2% a anterior, segundo estimativa divulgada ontem pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
Levantamento feito pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima que o país poderá produzir entre 124,4 milhões e 127,7 milhões de toneladas de grãos. Na safra 2002/2003, a maior da história até hoje, o país colheu 122,6 milhões de toneladas.
O possível aumento da colheita se deve exclusivamente à expansão da fronteira agrícola, ao contrário do que aconteceu em 2002. A produtividade, medida em toneladas por hectare, deverá ser 1,4% menor que a de 2002.
A principal razão para a queda na produtividade será a diminuição das chuvas com relação ao ano passado. A queda de produtividade, no entanto, será compensada por um aumento de até 5,4% da área plantada, de acordo com as primeiras indicações da Conab.

Soja transgênica
O maior aumento de produção, em termos absolutos, será o de soja. A Conab estima que o país colherá entre 56,1 milhões e 58 milhões de toneladas, alta de 7,8% a 11,5% em relação à colheita anterior. Na safra 2002/2003, a produção de soja foi recorde, de 52 milhões de toneladas.
Desse total, Rodrigues diz que de 13% a 14% serão de soja transgênica (8 milhões de toneladas). Só o Rio Grande do Sul colherá cerca de 7 milhões de toneladas de grãos transgênicos. O governo liberou neste ano o plantio, com restrições, de soja geneticamente modificada. Não há estimativa oficial sobre a soja transgênica produzida no ano passado. Informações não confirmadas apontam que até 10% da produção foi do produto transgênico.
Com a alta da produção, as exportações de soja também devem crescer. Neste ano, pela primeira vez, o Brasil deve exportar mais de US$ 8 bilhões em soja. Para 2004, as exportações desse complexo (grãos, farelo e óleo) podem chegar a cerca de US$ 9 bilhões.
A produção que mais crescerá percentualmente é a de algodão. A colheita de carroço de algodão pode crescer até 33,2% e da algodão em pluma, 27,6%.
Os únicos dois grãos cuja produção deve cair são milho e amendoim. A maior queda será no milho (7,9%), mas não haveria risco de desabastecimento, pois existe cerca de 5 milhões de toneladas de milho estocadas.
Rodrigues afirmou que essas estimativas são conservadoras, devido às incertezas climáticas.


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