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ÂNCORA VERDE
Governo prevê alta de 4,2% na produção graças à expansão da fronteira agrícola; cresce presença de soja transgênica
Próxima safra deve bater novo recorde
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo com as condições climáticas menos favoráveis, a safra
de grãos 2003/2004 poderá ser recorde e superar em até 4,2% a anterior, segundo estimativa divulgada ontem pelo ministro da
Agricultura, Roberto Rodrigues.
Levantamento feito pela Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento) estima que o país poderá produzir entre 124,4 milhões e
127,7 milhões de toneladas de
grãos. Na safra 2002/2003, a maior
da história até hoje, o país colheu
122,6 milhões de toneladas.
O possível aumento da colheita
se deve exclusivamente à expansão da fronteira agrícola, ao contrário do que aconteceu em 2002.
A produtividade, medida em toneladas por hectare, deverá ser
1,4% menor que a de 2002.
A principal razão para a queda
na produtividade será a diminuição das chuvas com relação ao
ano passado. A queda de produtividade, no entanto, será compensada por um aumento de até 5,4%
da área plantada, de acordo com
as primeiras indicações da Conab.
Soja transgênica
O maior aumento de produção,
em termos absolutos, será o de soja. A Conab estima que o país colherá entre 56,1 milhões e 58 milhões de toneladas, alta de 7,8% a
11,5% em relação à colheita anterior. Na safra 2002/2003, a produção de soja foi recorde, de 52 milhões de toneladas.
Desse total, Rodrigues diz que
de 13% a 14% serão de soja transgênica (8 milhões de toneladas).
Só o Rio Grande do Sul colherá
cerca de 7 milhões de toneladas de
grãos transgênicos. O governo liberou neste ano o plantio, com
restrições, de soja geneticamente
modificada. Não há estimativa
oficial sobre a soja transgênica
produzida no ano passado. Informações não confirmadas apontam que até 10% da produção foi
do produto transgênico.
Com a alta da produção, as exportações de soja também devem
crescer. Neste ano, pela primeira
vez, o Brasil deve exportar mais de
US$ 8 bilhões em soja. Para 2004,
as exportações desse complexo
(grãos, farelo e óleo) podem chegar a cerca de US$ 9 bilhões.
A produção que mais crescerá
percentualmente é a de algodão.
A colheita de carroço de algodão
pode crescer até 33,2% e da algodão em pluma, 27,6%.
Os únicos dois grãos cuja produção deve cair são milho e
amendoim. A maior queda será
no milho (7,9%), mas não haveria
risco de desabastecimento, pois
existe cerca de 5 milhões de toneladas de milho estocadas.
Rodrigues afirmou que essas estimativas são conservadoras, devido às incertezas climáticas.
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