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Investimento estrangeiro direto tem 2º melhor mês
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O fluxo de investimento
estrangeiro direto para o
Brasil somou US$ 6,3 bilhões
no mês passado, o segundo
maior registrado pela série
estatística do Banco Central,
que teve início em 1947. Entre janeiro e setembro, os investimentos somam US$
30,8 bilhões, crescimento de
10% na comparação com o
mesmo período de 2007.
Os números, divulgados
ontem, incluem a compra de
empresas brasileiras por estrangeiros e o investimento
externo feito na ampliação
das operações dessas multinacionais no país.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, pelo menos
num primeiro momento esse tipo de investimento não é
afetado pela crise porque
tem um perfil de prazo um
pouco mais longo. "São decisões que já devem ter sido tomadas há algum tempo. Não
houve interrupção nesses
fluxos", afirma.
Neste mês, segundo dados
parciais fechados pelo BC
ontem, o ingresso de investimentos estrangeiros diretos
está em US$ 3 bilhões, o que
já levaria o saldo acumulado
no ano para US$ 33,8 bilhões, número próximo dos
US$ 35 bilhões que o BC projeta para todo o ano de 2008.
Para Luís Afonso Lima,
presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos
de Empresas Transnacionais
e da Globalização Econômica), o resultado do mês passado ficou acima do esperado, e sua estimativa para o
fluxo total esperado para este ano é de US$ 37 bilhões,
resultado que, se confirmado, superará o recorde de
US$ 34,6 bilhões alcançado
no ano passado.
Ele ressalta, porém, que
esses números não significam que o fluxo de capital externo para o Brasil não será
afetado pela crise.
Segundo Lima, a expectativa era que, com a concessão
do chamado grau de investimento ao Brasil, o ingresso
de investimentos estrangeiros diretos pudesse chegar
anualmente a US$ 40 bilhões
a partir de 2009. "A crise vai
ser sentida no ano que vem,
já que os investimentos [externos] no Brasil não devem
mais chegar a esse novo degrau", afirma.
O economista avalia que,
ainda que a crise impeça uma
melhora maior nesse indicador, a manutenção do fluxo
de investimentos estrangeiros na casa dos US$ 30 bilhões deve ser suficiente para, por enquanto, financiar o
déficit nas contas externas
brasileiras, que neste ano deve ficar perto desse valor.
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