São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2008

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Investimento estrangeiro direto tem 2º melhor mês

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O fluxo de investimento estrangeiro direto para o Brasil somou US$ 6,3 bilhões no mês passado, o segundo maior registrado pela série estatística do Banco Central, que teve início em 1947. Entre janeiro e setembro, os investimentos somam US$ 30,8 bilhões, crescimento de 10% na comparação com o mesmo período de 2007.
Os números, divulgados ontem, incluem a compra de empresas brasileiras por estrangeiros e o investimento externo feito na ampliação das operações dessas multinacionais no país.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, pelo menos num primeiro momento esse tipo de investimento não é afetado pela crise porque tem um perfil de prazo um pouco mais longo. "São decisões que já devem ter sido tomadas há algum tempo. Não houve interrupção nesses fluxos", afirma.
Neste mês, segundo dados parciais fechados pelo BC ontem, o ingresso de investimentos estrangeiros diretos está em US$ 3 bilhões, o que já levaria o saldo acumulado no ano para US$ 33,8 bilhões, número próximo dos US$ 35 bilhões que o BC projeta para todo o ano de 2008.
Para Luís Afonso Lima, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), o resultado do mês passado ficou acima do esperado, e sua estimativa para o fluxo total esperado para este ano é de US$ 37 bilhões, resultado que, se confirmado, superará o recorde de US$ 34,6 bilhões alcançado no ano passado.
Ele ressalta, porém, que esses números não significam que o fluxo de capital externo para o Brasil não será afetado pela crise.
Segundo Lima, a expectativa era que, com a concessão do chamado grau de investimento ao Brasil, o ingresso de investimentos estrangeiros diretos pudesse chegar anualmente a US$ 40 bilhões a partir de 2009. "A crise vai ser sentida no ano que vem, já que os investimentos [externos] no Brasil não devem mais chegar a esse novo degrau", afirma.
O economista avalia que, ainda que a crise impeça uma melhora maior nesse indicador, a manutenção do fluxo de investimentos estrangeiros na casa dos US$ 30 bilhões deve ser suficiente para, por enquanto, financiar o déficit nas contas externas brasileiras, que neste ano deve ficar perto desse valor.


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