São Paulo, sábado, 24 de outubro de 2009

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Bolsa termina semana do IOF com recuo de 1,73%

EUA também têm queda; dólar fecha cotado a R$ 1,71

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na semana em que o governo decidiu taxar o capital externo destinado ao mercado doméstico, a Bolsa de Valores de São Paulo interrompeu sua escalada. A Bovespa acumulou queda de 1,73% na semana.
Muita da perda ocorreu ontem quando, influenciada pelo mau desempenho do setor externo, a Bolsa recuou 1,63%, a 65.058 pontos.
No segmento cambial, o que se viu foi o dólar recuar para R$ 1,713, após queda de 0,70%. No mês, a baixa da moeda norte-americana está em 3,33%.
Mesmo com a apresentação de dados positivos no setor imobiliário americano, onde a revenda de imóveis saltou 9,4% em setembro, os pregões em Wall Street não foram favoráveis aos investidores.
O índice Dow Jones, que agrupa 30 das ações americanas mais negociadas, terminou com baixa de 1,08% e perdeu o patamar dos 10 mil pontos, que havia sido reconquistado há pouco tempo. O Dow Jones fechou a 9.972 pontos. A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 0,50%.
Na Europa, apesar da retração de 0,4% registrada pelo PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido no terceiro trimestre, a Bolsa de Londres escapou do vermelho e fechou com alta de 0,68%.
A depreciação do petróleo, que recuou 0,85%, para US$ 80,50, atrapalhou o desempenho das petrolíferas no mercado internacional.
Na Bovespa, o movimento não foi diferente. As ações da Petrobras, que responderam por quase 15% de toda a movimentação de ontem, terminaram no vermelho. Para Petrobras PN, o papel de maior peso do mercado brasileiro, o recuo ontem foi de 1,35%. A ação ordinária da estatal, que está nos fundos FGTS, terminou o dia com baixa de 1,73%.

Bancos
O setor bancário também teve um pregão negativo. A informação de que o Goldman Sachs rebaixou sua recomendação para BB, Bradesco e Itaú Unibanco afetou os papéis das instituições financeiras.
Segundo a Bloomberg, para o Goldman Sachs, as altas acumuladas pelas ações dos bancos podem já ter ultrapassado seu potencial de lucro.
A ação ordinária do BB perdeu 2,09%; Itaú Unibanco PN recuou 0,95%; e Bradesco PN teve baixa de 0,97%.
Segundo operadores de corretoras, ontem mais uma vez os estrangeiros estiveram firmes na ponta vendedora. Na terça-feira, primeiro dia de negócios depois de o governo anunciar que passaria a cobrar 2% de IOF do capital externo, o balanço das operações dos estrangeiros ficou negativo em R$ 1,26 bilhão. No mês, o saldo se mantinha, até o dia 20, positivo, em R$ 3,76 bilhões.
Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora, diz que "ainda é cedo para saber ao certo o quanto a Bolsa vai perder de liquidez para fora". Analistas comentam que é provável que parte do capital externo que viria para a Bolsa local prefira aplicar em ADRs (recibos de ações) de empresas brasileiras negociados em Nova York.
"De qualquer forma, não acredito que o IOF vá alterar a tendência do mercado acionário, que ainda é de alta", diz.
A Bovespa acumula expressiva valorização no ano, de 73,26%. Neste mês, os ganhos estão em 5,76%.
A ação da BM&FBovespa teve uma semana bastante negativa, influenciada pela taxação dos estrangeiros. O papel caiu 3,84% ontem e 10,97% na semana. O resultado ruim refletiu o temor de que os estrangeiros negociem menos no pregão local, o que afetaria as receitas da Bolsa.


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