|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolsa termina semana do IOF com recuo de 1,73%
EUA também têm queda;
dólar fecha cotado a R$ 1,71
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na semana em que o governo
decidiu taxar o capital externo
destinado ao mercado doméstico, a Bolsa de Valores de São
Paulo interrompeu sua escalada. A Bovespa acumulou queda
de 1,73% na semana.
Muita da perda ocorreu ontem quando, influenciada pelo
mau desempenho do setor externo, a Bolsa recuou 1,63%, a
65.058 pontos.
No segmento cambial, o que
se viu foi o dólar recuar para R$
1,713, após queda de 0,70%. No
mês, a baixa da moeda norte-americana está em 3,33%.
Mesmo com a apresentação
de dados positivos no setor
imobiliário americano, onde a
revenda de imóveis saltou 9,4%
em setembro, os pregões em
Wall Street não foram favoráveis aos investidores.
O índice Dow Jones, que
agrupa 30 das ações americanas mais negociadas, terminou
com baixa de 1,08% e perdeu o
patamar dos 10 mil pontos, que
havia sido reconquistado há
pouco tempo. O Dow Jones fechou a 9.972 pontos. A Bolsa
eletrônica Nasdaq caiu 0,50%.
Na Europa, apesar da retração de 0,4% registrada pelo PIB
(Produto Interno Bruto) do
Reino Unido no terceiro trimestre, a Bolsa de Londres escapou do vermelho e fechou
com alta de 0,68%.
A depreciação do petróleo,
que recuou 0,85%, para US$
80,50, atrapalhou o desempenho das petrolíferas no mercado internacional.
Na Bovespa, o movimento
não foi diferente. As ações da
Petrobras, que responderam
por quase 15% de toda a movimentação de ontem, terminaram no vermelho. Para Petrobras PN, o papel de maior peso
do mercado brasileiro, o recuo
ontem foi de 1,35%. A ação ordinária da estatal, que está nos
fundos FGTS, terminou o dia
com baixa de 1,73%.
Bancos
O setor bancário também teve um pregão negativo. A informação de que o Goldman Sachs
rebaixou sua recomendação
para BB, Bradesco e Itaú Unibanco afetou os papéis das instituições financeiras.
Segundo a Bloomberg, para o
Goldman Sachs, as altas acumuladas pelas ações dos bancos
podem já ter ultrapassado seu
potencial de lucro.
A ação ordinária do BB perdeu 2,09%; Itaú Unibanco PN
recuou 0,95%; e Bradesco PN
teve baixa de 0,97%.
Segundo operadores de corretoras, ontem mais uma vez os
estrangeiros estiveram firmes
na ponta vendedora. Na terça-feira, primeiro dia de negócios
depois de o governo anunciar
que passaria a cobrar 2% de
IOF do capital externo, o balanço das operações dos estrangeiros ficou negativo em R$ 1,26
bilhão. No mês, o saldo se mantinha, até o dia 20, positivo, em
R$ 3,76 bilhões.
Álvaro Bandeira, diretor da
corretora Ágora, diz que "ainda
é cedo para saber ao certo o
quanto a Bolsa vai perder de liquidez para fora". Analistas comentam que é provável que
parte do capital externo que viria para a Bolsa local prefira
aplicar em ADRs (recibos de
ações) de empresas brasileiras
negociados em Nova York.
"De qualquer forma, não
acredito que o IOF vá alterar a
tendência do mercado acionário, que ainda é de alta", diz.
A Bovespa acumula expressiva valorização no ano, de
73,26%. Neste mês, os ganhos
estão em 5,76%.
A ação da BM&FBovespa teve uma semana bastante negativa, influenciada pela taxação
dos estrangeiros. O papel caiu
3,84% ontem e 10,97% na semana. O resultado ruim refletiu o temor de que os estrangeiros negociem menos no pregão
local, o que afetaria as receitas
da Bolsa.
Texto Anterior: CNI pode ir à Justiça contra regra sobre seguro de acidente Próximo Texto: Vaivém das commodities Índice
|