São Paulo, sábado, 24 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasileiro prevê mais vagas, mas pretende gastar menos

Pesquisa da FGV aponta ainda que os consumidores pretendem gastar menos

Intenção de compra de bens como carros cai pelo 3º mês; para FGV, antecipação de aquisição em razão do IPI pode explicar tendência

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

Ainda em meio à retomada do crescimento da economia, o brasileiro nunca esteve tão otimista em relação ao emprego, conforme dados revelados pela Sondagem do Consumidor de outubro, da FGV (Fundação Getulio Vargas). Mesmo assim, a pesquisa mostra que a cautela aparece na hora de gastar, já que a intenção de compra de bens duráveis (como veículos e eletrodomésticos) caiu pelo terceiro mês consecutivo.
O levantamento, colhido em pouco mais de 2.000 domicílios, em sete capitais, aponta que 24,7% acreditam que será mais fácil encontrar emprego nos próximos seis meses. Na outra ponta, 18% acham que será mais difícil. O restante avalia que será igual. O índice sobre emprego local futuro atingiu 106,7 pontos, maior nível da série histórica, iniciada em novembro de 2005.
Em dezembro de 2008, quando o índice alcançou o pior nível durante a crise, 12,8% estavam otimistas em relação ao emprego, e 38,4%, pessimistas. Naquela época, o índice não passava dos 74,4 pontos.
O otimismo sobre o mercado de trabalho é ainda maior em São Paulo, onde 34,3% dos entrevistados disseram que haverá perspectivas favoráveis para encontrar emprego e 12,5% acreditam que a busca por trabalho será mais complicada.
A intenção de compra de bens duráveis, no entanto, registrou a terceira queda seguida em outubro. De acordo com a FGV, 9,7% têm mais expectativa de adquirir itens como automóveis e eletroeletrônicos, e 27,8% consideram menores a chance de obter esses produtos.

Antecipação de compras
Em julho, último mês de alta nesse índice, 15,1% pretendiam comprar, e 29%, não. Aloisio Campelo, economista da FGV, disse que essa cautela pode ser atribuída a dois fatores: um endividamento maior recente por parte dos consumidores, no período pré-crise, ou mesmo a antecipação das compras, em razão da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Importados) sobre automóveis e eletroeletrônicos da linha branca.
"A pesquisa não mede as razões dessa expectativa, mas esses fatores devem estar influenciando a expectativa de compras do brasileiro."
No plano geral da pesquisa, a consumidor retomou a confiança em patamar semelhante ao que era verificado antes da crise. O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) teve alta de 2,2% ante setembro, para 113,6 pontos. Trata-se do maior nível desde maio de 2008.
Entre os mais pobres, no entanto, a confiança se encontra aquém dos níveis pré-crise. Entre os que ganham menos de R$ 2.100, o ICC está 5,7% abaixo de setembro de 2008.
Na faixa entre R$ 2.100 e R$ 4.800, a confiança cresceu 2,2%, na mesma comparação. No intervalo entre R$ 4.800 e R$ 9.600 a alta é de 8,4%. Acima dessa faixa, o incremento é de 3,2%.


Texto Anterior: Celulose: Suzano lucra R$ 213 mi no 3º trimestre
Próximo Texto: China prepara envio de missão comercial bilionária ao Brasil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.