São Paulo, quinta-feira, 24 de novembro de 2005

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MERCADO ABERTO

Fiesp discute desindustrialização

A Fiesp promove na próxima segunda, em São Paulo, um debate sobre a desindustrialização no Brasil, um fenômeno que já ocorre em países desenvolvidos e agora atinge também algumas regiões em desenvolvimento, como o Cone Sul. Entre os exemplos, o Brasil, a Argentina e o Chile.
O seminário, chamado "Industrialização, Desindustrialização e Desenvolvimento", contará com a presenças de estudiosos do tema, como Gabriel Palma, professor da Universidade de Cambridge; Richard Kozul-Wright, da Unctad; e Mário Cimolli, da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina).
O embaixador Sérgio Amaral, consultor da Fiesp e organizador do evento com Rubens Ricupero, diz que o fenômeno da desindustrialização, de acordo com estudos recentes, costuma ocorrer em países de renda per capita acima de US$ 12 mil. Trata-se de um deslocamento natural que ocorre na economia. A indústria atinge sua maturidade e começa a perder espaço principalmente para o setor de serviços.
Já o movimento de perda da participação da indústria que vem ocorrendo nos países do Cone Sul, chamado de desindustrialização precoce, é visto com preocupação pelos especialistas. A indústria, no caso de países como Brasil e Argentina, é considerada um importante motor de desenvolvimento.
Para Sérgio Amaral, em alguns casos, no entanto, a expansão industrial pode ser abortada e ceder lugar aos serviços, antes de ter chegado ao seu amadurecimento. Ele não sabe dizer, no entanto, se o Brasil já está convivendo ou não com o fenômeno da desindustrialização precoce. O fato é que a indústria no Brasil vem perdendo participação tanto em relação ao PIB como em capacidade de gerar empregos. De acordo com Amaral, para países do porte do Brasil, sem uma indústria competitiva e forte não há desenvolvimento.

HOMEM NO ESPAÇO
A Omega acaba de trazer ao país cinco peças do lançamento Speedmaster Moon Watch, em comemoração dos 40 anos da primeira caminhada do homem no espaço. No mundo, serão 2.005 unidades do modelo, em cujo mostrador aparecem, em destaque, na cor vermelha, os anos 1965-2005. O preço do relógio é de R$ 10 mil. É o marco da primeira atividade fora de uma nave espacial, pelo astronauta Edward H. White.

POLÊMICA NA TV
A polêmica criação do modelo de TV digital brasileiro será discutida pela Abert (associação de emissoras de rádio e televisão) em encontro com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, amanhã, em Belo Horizonte. As empresas estimam o custo unitário do aparelho retransmissor em US$ 1 milhão para cada emissora afiliada. Os empresários vão tentar negociar com o governo a isenção de alguns tributos, como o de importação. O ministério ainda não decidiu qual modelo irá seguir. EUA, Europa e Japão são alguns dos candidatos.

PROVA DO CRIME
A associação de moradores do Pacaembu tenta coletar R$ 15 mil para contratar uma equipe de filmagem. O objetivo é registrar excessos nos shows do Pearl Jam no estádio do Pacaembu, dias 2 e 3, e utilizá-los para evitar novos shows, como promete José Serra.

REMESSAS
Jorge Mattoso (CEF) e Paulo Teixeira Pinto (Banco Comercial Português) assinam na próxima semana um convênio para facilitar as remessas de brasileiros de Portugal para o Brasil.

QUADRO VIRTUAL
A Moldura a Minuto, especializada em emoldurar quadros, desenvolveu um projeto para facilitar a escolha do cliente. O sistema permite recriar virtualmente o resultado final de quadros com a moldura escolhida. "Pensamos nisso porque o cliente tem dificuldade em visualizar a moldura no quadro", explica Antônio Carlos Viegas, diretor da rede de 27 lojas. O mecanismo será implementado em 2006. A empresa também oferecerá o serviço pela internet, com a opção de encomenda do produto. Para atender aos pedidos, as lojas terão um novo centro de distribuição, com R$ 250 mil em investimento. Viegas quer oferecer o serviço em todas as lojas até o fim de 2006. Neste ano, o faturamento deve ter alta de 15% ante 2004.

"PLÁSTICA" DOS PRÉDIOS
Em um momento em que se discute cada vez mais a revitalização do centro, cresce em São Paulo a onda do "retrofit" (requalificação de edifícios comerciais). "É um fenômeno que ocorre em cidades onde os tecidos urbanos estejam consolidados, mas com espaços vazios em seu interior, como prédios com baixa ocupação", diz Paulo Lisboa, do escritório de arquitetura de mesmo nome e que acaba de entregar um projeto de "retrofit" do edifício São Luís Gonzaga, na avenida Paulista, com investimento de R$ 800 mil. Segundo ele, a requalificação, que foi tema recentemente de seminário no Secovi-SP, "serve como alavanca para a reclassificação de padrão e recuperação dos negócios". No prédio na Paulista, ele cita a demora no atendimento e nos elevadores e a poluição física e sonora no lobby como problemas solucionados. No caso do lobby, por exemplo, decidiu-se pela substituição das portas automáticas por giratórias. Estima-se que, só na região da Paulista, de 80 a 100 edifícios necessitem de reformulação.

NOMEAÇÃO
Renato Amorim, secretário-executivo do conselho empresarial Brasil-China, presidido por Roger Agnelli, assume em janeiro a direção internacional da Vale. Ele é especialista na China, o principal mercado da empresa.

PRESENTE TÍPICO
Em visita à AmBev na terça, em sua estada no Brasil, o príncipe Philippe da Bélgica ganhou uma camisa da seleção brasileira, com autógrafos de Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. A InBev, sócia da AmBev, é de origem belga.

PROPOSTA
Paulo Saab (Eletros) entrega hoje na ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial) uma proposta de nova política industrial para o segmento de aparelhos de áudio. As medidas visam reduzir o impacto do contrabando no setor, que, segundo a entidade, chega a 50% das vendas desses produtos. Entre as medidas, a redução do imposto de importação dos aparelhos de áudio portáteis dos 20% a 30% cobrados atualmente para 2%. Também propõe a redução do IPI de 20% para 2% e a redução do ICMS para 12%.


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