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ALÍVIO
Cenário interno menos nervoso após depoimento de Palocci e ata do Fed animam mercado, e risco-país de emergentes recua
Apesar de crise, Bolsa atinge novo recorde
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma semana que prometia
ser negativa, especialmente devido a rumores de que o ministro
Antonio Palocci (Fazenda) estava
para deixar o governo, a Bovespa
surpreendeu e alcançou novo recorde histórico.
Ontem, a Bolsa de Valores de
São Paulo registrou alta de 1,44%
e fechou nos 31.942 pontos, patamar nunca antes atingido.
Além de as especulações sobre
mudanças no Ministério da Fazenda terem perdido força, o Fed
(Federal Reserve, o banco central
dos EUA) deu sinais, em documento divulgado na tarde de terça-feira, de que o processo de elevação dos juros norte-americanos
pode estar perto de seu fim.
"O cenário político interno se
acalmou um pouco, e a ata do Fed
trouxe alívio e ajudou os mercados internacionais", afirma Emanuel Pereira da Silva, sócio-diretor da Gap Asset Management.
Em Nova York, o índice Dow
Jones subiu 0,41%. A Nasdaq, Bolsa eletrônica em que se negociam
ações de empresas de alta tecnologia, teve valorização de 0,28%.
Ike Rahmani, diretor da Tática
Asset Management, disse que ontem "houve importante participação de investidores estrangeiros
comprando ações de grandes empresas", como Petrobras, Vale do
Rio Doce e Bradesco -movimento que ajudou a empurrar a
Bolsa para a pontuação inédita.
No ano, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, está com alta de
21,94%.
Os estrangeiros respondem por
cerca de 33% dos negócios feitos
na Bolsa em 2005. Por isso, quando esse segmento está comprando papéis, aumentam as chances
de a Bovespa subir.
A possibilidade de o Fed parar
de elevar os juros nos EUA é benéfica aos emergentes, como o
Brasil. Isso acontece porque os
grandes investidores internacionais acabam por vender títulos do
Tesouro norte-americano e migram para ativos -como ações e
títulos da dívida- de emergentes, com remuneração maior.
Esse movimento fez com que
ontem o risco-país da maioria dos
emergentes recuasse.
No pregão de ontem, a ação ON
(ordinária) da TIM Participações
liderou as valorizações, ao fechar
com alta de 10,89%. Os bancos
também se destacaram: a ação
Unibanco Unit subiu 4,15%, e a
ação preferencial do Bradesco teve ganho de 3,03%.
Com o mercado acionário doméstico em novo patamar recorde, fica a pergunta: é hora de o pequeno investidor comprar ações?
José Alberto Tovar, sócio da
ARX Capital Management, afirma que "o pequeno investidor deveria estar olhando para a Bolsa
há algum tempo". Para Tovar, os
fundos de ações ativos, que escolhem seletivamente os papéis das
empresas que comporão as carteiras, são uma boa opção de investimento neste momento.
Nos últimos meses, empresas
brasileiras receberam elevação na
nota de risco atribuída pelas principais agências de classificação do
mundo. Decisões desse tipo mostram que as expectativas de desempenho futuro de companhias
brasileiras é favorável.
Sem focos de pressão, o dólar
encerrou ontem com baixa de
0,22%, a R$ 2,242. A atuação do
BC no mercado de câmbio ontem
se resumiu à compra de dólares
diretamente dos bancos. Neste
mês, até o dia 18, o BC comprou
US$ 2,9 bilhões do mercado por
meio desses leilões.
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