São Paulo, quinta-feira, 24 de novembro de 2005

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COFRE ABERTO

Recursos vêm do BB

Fazenda libera R$ 2 bi para custeio de safra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Agricultura anunciou ontem que o Ministério da Fazenda liberou R$ 2 bilhões para custeio da safra 2005/6.
"[Os recursos] estão atrasados, mas dá tempo. O custeio vai até a colheita, vai até março, abril do ano que vem. Gostaria que eles tivessem chegado em agosto, mas chegaram agora", afirmou o ministro Roberto Rodrigues, que recebeu na manhã de ontem um telefonema do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) informando sobre a liberação.
O secretário de Política Agrícola do ministério, Ivan Wedekin, afirmou que o volume de recursos oferecidos aos produtores a juros controlados era baixo devido às prorrogações das dívidas de custeio da safra 2004/5.
A quitação dos débitos foi alongado por causa das dificuldades econômicas enfrentadas pelos agricultores, principalmente por causa da estiagem nas regiões Sul e Centro-Oeste.
"Houve queda de 24% no volume de empréstimo de julho a outubro deste ano em relação ao mesmo período de 2004", disse o secretário, informando que o montante em 2005 foi de R$ 12,4 bilhões contra R$ 16,2 bilhões do ano passado.
O governo calcula que a prorrogação das dívidas representou um total de R$ 3 bilhões que deixaram de ser oferecidos a juros controlados (8,75%).
Com isso, segundo o ministério, os produtores conseguiam apenas 20% de suas necessidades a juros controlados. O restante era liberado com taxas que chegavam até 27% ao ano.
"Com a liberação aumenta a quantidade de dinheiro mais barato", afirmou Wedekin.
O ministério informou que a verba inicial para custeio e comercialização da safra 2005/6 era de R$ 4 bilhões. Os recursos liberados são da poupança do Banco do Brasil.
Questionado sobre o montante das verbas liberadas, Wedekin afirmou que "há um superávit muito acima do previsto".
O superávit primário (economia para pagamento de juros) acumulado nos primeiros nove meses foi de 6,10% do PIB (Produto Interno Bruto), superior a meta do ano, de 4,25%.
O secretário de política agrícola informou que foi encaminhado ao Conselho Monetário Nacional pedido para liberação de R$ 400 milhões do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira) para o custeio do café, com taxa de 9,5% ao ano. (FERNANDO ITOKAZU)

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