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COFRE ABERTO
Recursos vêm do BB
Fazenda libera R$ 2 bi para custeio de safra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Agricultura
anunciou ontem que o Ministério
da Fazenda liberou R$ 2 bilhões
para custeio da safra 2005/6.
"[Os recursos] estão atrasados,
mas dá tempo. O custeio vai até a
colheita, vai até março, abril do
ano que vem. Gostaria que eles tivessem chegado em agosto, mas
chegaram agora", afirmou o ministro Roberto Rodrigues, que recebeu na manhã de ontem um telefonema do ministro Antonio
Palocci Filho (Fazenda) informando sobre a liberação.
O secretário de Política Agrícola
do ministério, Ivan Wedekin,
afirmou que o volume de recursos
oferecidos aos produtores a juros
controlados era baixo devido às
prorrogações das dívidas de custeio da safra 2004/5.
A quitação dos débitos foi alongado por causa das dificuldades
econômicas enfrentadas pelos
agricultores, principalmente por
causa da estiagem nas regiões Sul
e Centro-Oeste.
"Houve queda de 24% no volume de empréstimo de julho a outubro deste ano em relação ao
mesmo período de 2004", disse o
secretário, informando que o
montante em 2005 foi de R$ 12,4
bilhões contra R$ 16,2 bilhões do
ano passado.
O governo calcula que a prorrogação das dívidas representou um
total de R$ 3 bilhões que deixaram de ser oferecidos a juros controlados (8,75%).
Com isso, segundo o ministério,
os produtores conseguiam apenas 20% de suas necessidades a
juros controlados. O restante era
liberado com taxas que chegavam
até 27% ao ano.
"Com a liberação aumenta a
quantidade de dinheiro mais barato", afirmou Wedekin.
O ministério informou que a
verba inicial para custeio e comercialização da safra 2005/6 era de
R$ 4 bilhões. Os recursos liberados são da poupança do Banco do
Brasil.
Questionado sobre o montante
das verbas liberadas, Wedekin
afirmou que "há um superávit
muito acima do previsto".
O superávit primário (economia para pagamento de juros)
acumulado nos primeiros nove
meses foi de 6,10% do PIB (Produto Interno Bruto), superior a
meta do ano, de 4,25%.
O secretário de política agrícola
informou que foi encaminhado
ao Conselho Monetário Nacional
pedido para liberação de R$ 400
milhões do Funcafé (Fundo de
Defesa da Economia Cafeeira) para o custeio do café, com taxa de
9,5% ao ano.
(FERNANDO ITOKAZU)
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