São Paulo, quinta-feira, 24 de novembro de 2005

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PARALISAÇÃO

Governo também autoriza contratações em caráter emergencial, em razão de greve de servidores federais

Agricultura transfere poder a fiscal estadual

FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, assinou portaria que delega aos Estados as funções de inspeção, fiscalização, classificação e emissão de certificado para exportação -atribuições dos fiscais federais agropecuários, em greve nacional desde o dia 7.
"Isso não significa renúncia por parte do ministério. Só que os fiscais estaduais poderão exercer essas funções", disse o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto.
A medida é fruto do momento de emergência, segundo o ministério, não tem tempo delimitado e pode ser revogada.
O secretário disse não ter como fazer uma estimativa dos prejuízos provocados pela paralisação.
A ANFFA (Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários) divulgou perda semanal de US$ 700 milhões. Guedes disse que os grevistas são intransigentes. Anteontem, o comando da greve rejeitou proposta de reajuste do governo: 10% a partir de janeiro e mais 5% em junho.
"É a melhor proposta feita pelo governo federal neste ano", afirmou o secretário, ao informar que com os 15% o salário básico inicial seria de R$ 4.990.
Para efeito de comparação, ele citou os vencimentos para servidores com nível superior no início da carreira na Conab (R$ 1.133), na Embrapa (R$ 2.255) e no ministério (R$ 1.300).
Além de delegar funções aos Estados, o ministério também contratará em caráter emergencial 500 profissionais (180 engenheiros agrônomos e 320 veterinários) para atuar na vigilância e na inspeção em portos e aeroportos.
O governo informou que o edital para a contratação dos profissionais será publicado hoje. A previsão é que eles comecem a trabalhar em 15 dias.
Guedes estima que espalhados pelos Estados existam cerca de mil servidores que possam reforçar o serviço dos fiscais federais que estão trabalhando -a lei determina que a categoria mantenha pelos menos 30% dos servidores em atividade.
"Continuamos tranqüilos, vendo o desespero do governo", disse Wilson Roberto de Sá, vice-presidente da ANFFA. "Entramos com ação no STJ, pois a medida é ilegal." A ANFFA apresentou contraproposta de reajuste de 64%.


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