DE BUENOS AIRES

O governo argentino recomprou US$ 113 milhões em valor nominal de títulos de sua própria dívida em licitação aberta na última terça . O Ministério da Economia gastou na operação US$ 98,8 milhões dos US$ 317,9 milhões que tinha disponíveis, pois preferiu não aceitar as taxas ofertadas.
Para sair da moratória, o governo se comprometeu a usar o excedente da capacidade de pagamento -o que sobrou no caixa já que nem todos os credores aceitaram trocar títulos velhos por novos, de menor valor- para readquirir papéis no mercado.
Na operação de terça, porém, o governo só recomprou papéis que vencem em 2015 e 2012, emitidos recentemente e cujos principais detendores são a Venezuela e a província de Santa Cruz.
Para analistas, é mais uma estratégia do governo argentino para cumprir o acertado na renegociação sem se expor, usando todos as entidades financeiras estatais disponíveis e a ajuda do governo venezuelano, que já comprou US$ 950 milhões em títulos.
Do governo da Venezuela, a Argentina espera obter mais US$ 300 milhões neste ano, com mais compras de papéis, e US$ 1,2 bilhão em 2006, segundo publicaram diários argentinos ontem.
A estratégia tem o objetivo de tornar o país menos dependente do FMI (Fundo Monetário Internacional), com quem o país se diz disposto a negociar dentro de alguns dias, mas que continua sendo alvo de críticas do governo.


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