A fusão da Brasil Telecom com a Oi criará a quinta maior companhia de telecomunicação da América em valor de mercado, segundo levantamento da Economática. Hoje, isoladas, elas ocupam a oitava e a nona posição do ranking, respectivamente. A Oi/BrT vale US$ 11,88 bilhões, conforme dados do mercado de 20 de novembro. O valor, no entanto, é bem menor que a avaliação da AT&T, a primeira do ranking, de US$ 144,44 bilhões.
No Brasil, as empresas também dão um salto de posição após a fusão no ranking da Economática de valor de mercado das companhias listadas na Bovespa. Sozinha, a Brasil Telecom ocupa a 16ª posição, avaliada em R$ 15,82 bilhões. Já a Oi (Telemar) está em 14º lugar, valendo R$ 12,43 bilhões. Com a fusão, elas pulariam para a nona posição, com valor de mercado de R$ 28,28 bilhões.
Para Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, o salto no ranking significa, na prática, um ganho de escala para as teles. "O crescimento em valor de mercado representa uma capacidade maior de faturamento, que pode facilitar a expansão do grupo."
Segundo Tude, as empresas que atuam no mercado brasileiro hoje, como TIM, Vivo e Claro, fazem parte de grandes grupos internacionais. "Não dá para olhar cada marca isoladamente, porque elas têm participação de grandes grupos."
O ex-ministro das Comunicações e consultor da Órion Juarez Quadros ressalta que apenas o crescimento em valor de mercado não significa que a Oi/BrT é maior que as concorrentes. "Não adianta só crescer na Bolsa, tem que se posicionar no mercado." Para ele, isso se consegue com ousadia e com operação em diversos países e cidades. "Mas fica mais difícil ser ousado nesta crise."

RECEBÍVEIS NA MESA

O mercado de securitização se aqueceu com a crise. De setembro para cá, Fernando Brasileiro, diretor-presidente da Cibrasec (Companhia Brasileira de Securitização), notou um aumento de cerca de 30% nas emissões de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), títulos negociados nos mercados financeiro e de capitais lastreados em créditos imobiliários. Apenas nesta semana, a empresa fez uma emissão de R$ 500 milhões, baseada em fluxo de aluguéis. Para ele, a procura maior se deve à busca das empresas do setor por alternativas para captar recursos diante do aperto do crédito nos bancos. Segundo Brasileiro, isso provocou uma mudança nos preços dos CRIs, que tiveram deságio.

"RECESSION CHIC"

Beto Lago, criador do Mercado Mundo Mix no Brasil, que reúne coleções de jovens estilistas, já sente um aumento no consumo de roupas de marcas novas, comportamento que chama de "recession chic". "Na crise, o consumidor muda de hábitos e se interessa menos pelas grifes e mais pela moda alternativa." Ele vê na crise uma oportunidade para as novas marcas crescerem e já planeja investir mais em publicidade. Para o Hot Summer Fashion, feira realizada nos dias 6 e 7 de dezembro na qual os estilistas do Mundo Mix apresentarão as coleções de verão, Lago já espera um aumento de 18% nas vendas ante a última feira.

CARTÃO-POSTAL
Hoje e amanhã se realiza em São Paulo o 8º Seminário Internacional de Gerenciamento de Projetos, que deve reunir cerca de 800 participantes. Um dos trabalhos a serem apresentados será "Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira e o Mercado de Construção", de autoria de Rodrigo Mello, engenheiro e gerente de projetos da Mendes Júnior, uma das construtoras da ponte. "A obra é um marco da engenharia mundial", diz Mello. O seminário se dará no Centro de Convenções Frei Caneca (Rua Frei Caneca, 569).

DETETIVE
A Big Five Consulting vai lançar, em janeiro, um serviço de informações sobre pessoas físicas e jurídicas suspeitas de envolvimento com o crime organizado para instituições financeiras e empresas. O software, que pretende reduzir os riscos de exposição das corporações à lavagem de dinheiro e fraudes, vai disponibilizar informações sobre envolvidos em atividades ilícitas.