São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2008

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Sem estrangeiros, Bolsa não consegue manter recuperação

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores tem demonstrado muita dificuldade para se recuperar. Dessa forma, os ganhos rápidos e constantes proporcionados por ações, que os investidores brasileiros vinham experimentando desde 2003, parecem ser uma realidade cada vez mais distante.
No dia 28 de outubro, a Bovespa fechou aos 29.435 pontos, seu piso no ano e o nível mais baixo desde 2005. Nos pregões seguintes, a Bolsa deu sinais de que iria se recuperar. Mas, na sexta passada, encerrou novamente em baixíssimos níveis, aos 31.250 pontos.
Mesmo com depreciação de 51,08% no ano, a Bolsa não tem atraído investidores com apetite suficiente para se recuperar. Em dólares, a queda é ainda mais expressiva: 64,31%.
"A Bolsa brasileira acentuou as quedas na terceira semana de novembro. Após começar o mês dando sinais de recuperação, a manutenção do cenário negativo associado à continuidade de números desfavoráveis da economia ocasionaram as recentes perdas", afirma Rossano Oltramari, sócio-diretor da XP Investimentos.
Em maio, quando o índice Ibovespa (principal referência do mercado, que reúne as 66 ações mais negociadas) atingiu seu pico histórico, de 73.516 pontos, os analistas falavam que a Bolsa paulista deveria estar rondando pelo menos os 80 mil pontos no fim deste ano. Com o agravamento da crise internacional a partir de setembro e o aumento na fuga de capital externo da Bovespa, o que se tem visto é uma perda de valor cada vez maior das ações brasileiras.
Se for considerado o pico do Ibovespa em maio, a depreciação acumulada até o momento alcança 57,5%.
Sem o retorno do capital externo, que está em seu sexto mês seguido de fuga, dificilmente a Bovespa irá ter fôlego para se deslocar a patamares mais elevados. Os investidores estrangeiros respondem por 35% das operações feitas na Bolsa.
As ações da Petrobras, as mais negociadas da Bolsa, ilustram bem o difícil período que o mercado brasileiro atravessa. Apesar das descobertas de reservas de petróleo anunciadas nos últimos meses e do lucro recorde no terceiro trimestre, suas ações preferenciais perderam 61,5% no ano. (FV)


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