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Sem estrangeiros, Bolsa não consegue manter recuperação
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores tem demonstrado muita dificuldade
para se recuperar. Dessa forma,
os ganhos rápidos e constantes
proporcionados por ações, que
os investidores brasileiros vinham experimentando desde
2003, parecem ser uma realidade cada vez mais distante.
No dia 28 de outubro, a Bovespa fechou aos 29.435 pontos, seu piso no ano e o nível
mais baixo desde 2005. Nos
pregões seguintes, a Bolsa deu
sinais de que iria se recuperar.
Mas, na sexta passada, encerrou novamente em baixíssimos
níveis, aos 31.250 pontos.
Mesmo com depreciação de
51,08% no ano, a Bolsa não tem
atraído investidores com apetite suficiente para se recuperar.
Em dólares, a queda é ainda
mais expressiva: 64,31%.
"A Bolsa brasileira acentuou
as quedas na terceira semana
de novembro. Após começar o
mês dando sinais de recuperação, a manutenção do cenário
negativo associado à continuidade de números desfavoráveis
da economia ocasionaram as
recentes perdas", afirma Rossano Oltramari, sócio-diretor
da XP Investimentos.
Em maio, quando o índice
Ibovespa (principal referência
do mercado, que reúne as 66
ações mais negociadas) atingiu
seu pico histórico, de 73.516
pontos, os analistas falavam
que a Bolsa paulista deveria estar rondando pelo menos os 80
mil pontos no fim deste ano.
Com o agravamento da crise internacional a partir de setembro e o aumento na fuga de capital externo da Bovespa, o que
se tem visto é uma perda de valor cada vez maior das ações
brasileiras.
Se for considerado o pico do
Ibovespa em maio, a depreciação acumulada até o momento
alcança 57,5%.
Sem o retorno do capital externo, que está em seu sexto
mês seguido de fuga, dificilmente a Bovespa irá ter fôlego
para se deslocar a patamares
mais elevados. Os investidores
estrangeiros respondem por
35% das operações feitas na
Bolsa.
As ações da Petrobras, as
mais negociadas da Bolsa, ilustram bem o difícil período que
o mercado brasileiro atravessa.
Apesar das descobertas de reservas de petróleo anunciadas
nos últimos meses e do lucro
recorde no terceiro trimestre,
suas ações preferenciais perderam 61,5% no ano.
(FV)
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