São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2008

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PIB e consumo nos EUA serão analisados por investidores

No cenário local, dados da conta externa são destaque

DA REPORTAGEM LOCAL

Os mercados demonstraram na semana passada que ainda não encontraram o seu piso, podendo cair ainda mais se os indicadores econômicos se mostrarem desanimadores. Para os próximos dias, não faltarão dados para mexer com os ânimos dos investidores.
O dia mais crítico tende a ser a quarta-feira. Além de ser véspera do feriado de Ação de Graças nos EUA, a quarta trará uma intensa bateria de dados econômicos para ser avaliada por analistas e investidores.
O principal indicador econômico desse dia será o PCE (que mede os gastos dos consumidores americanos). O indicador é especialmente importante por ser acompanhado de perto pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA). A expectativa é a de que esse indicador da atividade econômica americana tenha recuado no mês passado, ficando perto de -0,9%.
Na quarta, ainda serão divulgados nos EUA os resultados de novos pedidos de seguro-desemprego, as encomendas de bens duráveis, o índice de confiança do consumidor e as vendas de imóveis novos. Como o temor em relação à intensidade e à duração do processo de recessão que ameaça as economias mundiais está no centro das preocupações do mercado financeiro, esses indicadores poderão alterar as apostas dos investidores.
Amanhã, os EUA apresentarão a segunda prévia do resultado de seu PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre. A expectativa é que o PIB apresente retração em torno de 0,5% -a primeira estimativa apontou contração de 0,3%.
"A economia norte-americana deverá apresentar uma contração bem mais acentuada no quarto trimestre, o que caracterizaria uma recessão técnica [dois trimestres consecutivos com taxa negativa de crescimento]", afirma o economista-chefe da corretora Concórdia, Elson Teles. "De acordo com estimativas apresentadas na última ata de reunião do Fed, o PIB cresceria entre 0% e 0,3% no quarto trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, o que sugere que esteja trabalhando com uma queda anualizada do PIB."
O mercado também estará atento aos números de estoques de petróleo e derivados, que serão divulgados na quarta.
Na semana passada, o preço futuro do barril desceu abaixo dos US$ 50 em Nova York, fato que afetou o desempenho das ações de empresas do setor petrolífero, como a Petrobras.
Apenas no pregão de sexta-feira, as ações da estatal desabaram 9,37% (ordinárias) e 8,70% (preferenciais).
No acumulado do ano, esses papéis apresentam perdas muito expressivas: 61,5% (PN) e 61,3% (ON).

Capital externo
Hoje o mercado doméstico estará de olho na divulgação dos números dos investimentos estrangeiros e no resultado da conta corrente do mês passado, que vão ser apresentados pelo Banco Central.
A saída de capital externo do país tem sido um fator bastante prejudicial para a Bolsa de Valores de São Paulo, além do impacto negativo que o movimento tem tido sobre o câmbio.
Na quarta-feira, o Banco Central apresentará números referentes ao fluxo cambial da última semana.
No mesmo dia, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga o resultado do IPCA-15, que é uma prévia do índice de preços utilizado pelo BC para monitorar a meta oficial de inflação. A expectativa é a de que o IPCA-15 aponte alta de 0,48%, o que representará uma elevação em relação ao levantamento anterior -quando houve alta de 0,30%.


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