São Paulo, sábado, 24 de dezembro de 2005

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Esforço fiscal não reduz dívida pública

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo com esforço fiscal recorde em 2005, o governo não deverá conseguir reduzir o endividamento público como queria a equipe econômica no início do ano. Pelos cálculos do Banco Central, a dívida líquida do setor público deverá encerrar o ano num montante equivalente a 51,5% do PIB. Se confirmado, esse valor será praticamente o mesmo do registrado em 2004: 51,7% do PIB.
Ainda assim, a equipe econômica argumenta que o rígido controle nos gastos imposto ao setor público não foi em vão. "Não fosse o superávit primário realizado, a dívida poderia encerrar o ano maior. Vamos mantê-la estável depois de uma queda de cerca de seis pontos percentuais do PIB em relação a 2003", justifica o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Em dezembro de 2003, o estoque da dívida pública somava 57,2% do PIB, 5,5 pontos percentuais a mais do que no ano seguinte.
Em novembro deste ano, houve uma queda no endividamento público, que chegou a 50,9% do PIB. O recuo só não foi maior por causa da política de juros altos do BC para conter a inflação.
Especificamente no mês passado, os juros fizeram a dívida subir R$ 13 bilhões, consumindo integralmente os R$ 3,6 bilhões economizados com o ajuste fiscal e ainda anulando o efeito positivo que o câmbio trouxe para a parcela da dívida atrelada ao dólar.
O custo dos juros altos para a dívida pública é um dos pontos de atrito da área econômica com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que comparou a combinação de rígido controle de gastos com juros em alta à tentativa de "enxugar gelo". (SDA)


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