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Esforço fiscal não reduz dívida pública
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo com esforço fiscal recorde em 2005, o governo não deverá conseguir reduzir o endividamento público como queria a
equipe econômica no início do
ano. Pelos cálculos do Banco Central, a dívida líquida do setor público deverá encerrar o ano num
montante equivalente a 51,5% do
PIB. Se confirmado, esse valor será praticamente o mesmo do registrado em 2004: 51,7% do PIB.
Ainda assim, a equipe econômica argumenta que o rígido controle nos gastos imposto ao setor
público não foi em vão. "Não fosse o superávit primário realizado,
a dívida poderia encerrar o ano
maior. Vamos mantê-la estável
depois de uma queda de cerca de
seis pontos percentuais do PIB
em relação a 2003", justifica o chefe do Departamento Econômico
do BC, Altamir Lopes. Em dezembro de 2003, o estoque da dívida
pública somava 57,2% do PIB, 5,5
pontos percentuais a mais do que
no ano seguinte.
Em novembro deste ano, houve
uma queda no endividamento
público, que chegou a 50,9% do
PIB. O recuo só não foi maior por
causa da política de juros altos do
BC para conter a inflação.
Especificamente no mês passado, os juros fizeram a dívida subir
R$ 13 bilhões, consumindo integralmente os R$ 3,6 bilhões economizados com o ajuste fiscal e
ainda anulando o efeito positivo
que o câmbio trouxe para a parcela da dívida atrelada ao dólar.
O custo dos juros altos para a dívida pública é um dos pontos de
atrito da área econômica com a
ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que comparou a combinação
de rígido controle de gastos com
juros em alta à tentativa de "enxugar gelo".
(SDA)
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