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Banco credita perda de receita à crise nos EUA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Caixa Econômica Federal reconhece, em e-mail enviado à Folha, que suas receitas sofreram impacto das operações com títulos e credita isso à "crise do mercado
hipotecário americano".
No entanto, a área técnica
não é clara ao justificar por
que contabiliza como receita
despesa com Imposto de
Renda e contribuição social.
O texto se limita a afirmar
de forma confusa que "a variação observada no período
de junho/07 a setembro/07
decorreu da redução dos tributos apurados em setembro/07, relativo ao período
acumulado de janeiro a setembro/07, resultando em
estorno do crédito tributário
anteriormente baixado em
função da efetiva realização
do crédito até aquela data".
A Folha tentou esclarecer
o argumento, mas não obteve resposta da Caixa. A interpretação de analistas foi que
o banco alega ter estornado
valores recolhidos a mais no
primeiro semestre. Porém o
motivo desse procedimento
não ficou claro para eles
-nem se o ajuste será efetivamente incluído no balanço
final de 2007.
Os especialistas destacam
que é normal bancos abaterem crédito no fisco referente a recolhimentos feitos anteriormente por exigência da
Receita e que, com o tempo,
confirmaram-se excessivos.
São os chamados créditos
tributários.
Mas há limites e regras para seu uso. Também não é
comum que anulem integralmente o imposto e a contribuição a ser recolhida no
período, gerando receita.
No caso da Caixa no último trimestre, a direção diz
que "não constituiu [ativou]
crédito tributário no exercício corrente", o que dificulta
a compreensão do dado.
Sobre a queda nas receitas,
destaca que, com a crise internacional, houve aumento
dos juros futuros no Brasil, e
isso provocou queda nos
preços dos papéis que o banco tem em carteira.
A Caixa também reconhece que há uma "redução dos
"spreads" médios das operações bancárias praticadas
pelo sistema bancário nacional". O "spread" é a diferença
entre o custo de captação
dos bancos e o valor cobrado
dos clientes mais o lucro.
Mas afirma que, embora
tenha taxas de juros mais
baixas, "obtém remuneração
positiva em suas operações
de crédito capaz de lhe proporcionar um retorno sobre
PL [patrimônio líquido] acima do custo de oportunidade vigente na economia".
O banco não explica, porém, por que não deixa claro
o custo das políticas sociais
no seu balanço e apenas afirma que "as políticas sociais
executadas pela instituição
são devidamente remuneradas de forma a propiciar
margens positivas, inclusive
remunerando o seu capital
ao custo de oportunidade".
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