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Estréia na Bolsa será mais seletiva em 2008
Abertura de capital deve manter ritmo forte no próximo ano, mas investidor tende a dar preferência a grandes operações
Entrada de novas empresas na Bolsa neste ano alcança recorde, com 64 estréias; companhias levantaram com ações quase R$ 70 bi
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos marcos de 2007 no
mercado foi o recorde de lançamentos de novas ações na Bovespa. A expectativa é que o ritmo de aberturas de capital siga
intenso em 2008, mas com o
mercado mais seletivo na recepção de papéis novos.
Foram 64 as novas companhias que desembarcaram na
Bovespa neste ano -o melhor
resultado desde o início do
Real, em 1994. No ano passado,
já marcado pelo retorno do interesse das empresas nacionais
pela Bolsa, houve a estréia de
26 papéis em pregão.
Considerando todos os lançamentos de ações -de estreantes e de quem estava no
mercado-, chegou-se ao montante de quase R$ 70 bilhões
em papéis emitidos e recursos
captados pelas companhias em
2007, o que representou elevação de aproximadamente 160%
sobre o resultado já expressivo
computado em 2006.
De todas as empresas que entraram no mercado, os destaques ficaram com as estréias
dos papéis da Bovespa e da
BM&F (Bolsa de Mercadorias
& Futuros). A Bovespa Holding, empresa criada para controlar a Bolsa de Valores de São
Paulo, levantou R$ 6,62 bilhões
com o lançamento de suas
ações. A BM&F captou outros
R$ 5,98 bilhões. Esses foram os
maiores IPOs (abertura de capital, na sigla em inglês) já registrados no mercado de capitais brasileiro.
Mas nem todos os lançamentos foram bilionários. Ao menos 35% dos lançamentos tiveram movimentação abaixo de R$ 500 milhões.
Denise Pavarina, diretora do
BBI (Bradesco Banco de Investimento), prevê que o mercado
de IPOs seguirá aquecido no
ano que vem.
"Seguiremos com mais IPOs
em 2008, mas não sei se na
mesma quantidade, pois o mercado está se tornando mais seletivo. As operações serão selecionadas de forma mais dura.
Entendo que operações que
não alcancem uns R$ 700 milhões terão mais dificuldades
[de serem aceitas no mercado]", avalia Pavarina.
Entre os setores que se destacaram com várias empresas estreando suas ações no mercado
em 2007 estiveram o imobiliário e o de bancos de pequeno e
médio portes.
Empresas como Tecnisa, Inpar, Multiplan, Bicbanco, Banco Indusval e Panamericano
passaram a ser negociadas no
pregão da Bolsa.
Gilberto Mifano, diretor-geral da Bovespa Holding, ao
apresentar os primeiros resultados da nova companhia, lembrou que, além de as ofertas públicas de ações estarem em alta,
tem havido um salto qualitativo no mercado.
"A partir de 2005, vimos não
só a recuperação no número de
companhias listadas na Bolsa
mas uma diferença qualitativa", afirmou Mifano.
No fim de novembro, havia
448 empresas listadas na Bolsa
de Valores de São Paulo -o
maior número desde 2000. O
pico atingido na Bovespa foram
as 599 companhias listadas no
fim de 1998. Ao menos desde
99, o mercado brasileiro vinha
presenciando um sistemático
fechamento de capital. Tanto
que em 2005 restavam apenas
381 empresas com ações em
pregão. Mas o movimento foi
revertido nos últimos anos.
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