São Paulo, quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Vinho brasileiro quer seguir caminho das Havaianas

Angela Hirata, 64, responsável pelo sucesso das Havaianas no exterior, tenta agora repetir a façanha com vinhos brasileiros. Contratada pelo projeto "Wines From Brazil" (Vinhos do Brasil), Hirata vai dar um novo rótulo ao vinho nacional ao coordenar a promoção do produto entre os estrangeiros.
O trabalho dela levou a sandália de borracha a conquistar clientes pelo mundo. Na Europa, um par custa cerca de R$ 80.
A consultora dá o mapa da mina: "vamos posicionar a bebida no melhor ponto de venda, chegar nos sommeliers de prestígio, porque são eles que irão colocar o vinho no bom hotel, no bom restaurante".
Formada em administração de empresas, Hirata, que já passou por Philips e Diners Club, ainda é consultora-executiva de comércio internacional da Alpargatas. A seguir, as dicas da consultora.

 

BARREIRAS
Entre as barreiras, como tributária e de protecionismo, a cultural é a única que não se consegue negociar. É preciso estar alinhado com necessidades e costumes de cada país.


POTENCIAIS MERCADOS
Existe um grande consumidor de vinho nascendo: Hong Kong. Lá acontecem leilões de vinhos raros que superam os da Inglaterra. O próprio Brasil é um mercado em potencial, além da Alemanha, onde o consumo da bebida é o dobro do produzido.


TOPO DA PIRÂMIDE
No início, não podemos vender grandes volumes, e sim pequenos, mas bem posicionados. É preciso trabalhar o pico da pirâmide, colocar a marca no top de mercado. A valorização em países formadores de opinião vai se refletir no aumento do consumo interno.


VINHO DE QUALIDADE
O maior obstáculo para o sucesso internacional é o paradigma de que o Brasil não pode fazer vinho bom. Vamos mostrar que o produto nacional tem qualidade. Os nossos principais concorrentes são os vinhos do novo mundo: os californianos, chilenos e argentinos.


UM BOM BUSINESS
É preciso ter três elementos importantes num negócio: razão, que sustente a empresa e a faça ter boa rentabilidade; sensibilidade, para detectar o que o mercado está buscando e de que forma se aproximar; e emoção, porque a venda é constituída em cima de uma emoção.


IMAGEM NACIONAL
O vinho brasileiro é um produto diferenciado do produzido por outros países. É um vinho jovem, de um país que tem muita alegria ligada a sua imagem, com muito sol. Eu pretendo mostrar que o Brasil tem a elegância de um vinho de qualidade, e não só samba e futebol.

ÀS COMPRAS

JOIA RARA

Mesmo em ano de crise, as vendas de joias não recuaram. Na Tiffany, que está nas avenidas mais elegantes do mundo, a operação brasileira foi uma das que mais cresceram. "As mulheres daqui gostam de brinco longo, bracelete volumoso, peças sensuais", diz Patricia Assui, gerente-geral. A coleção de chaves, com versões de R$ 430 a R$ 27.940, também caiu no gosto nacional. Vendeu tanto que mais lotes foram pedidos à matriz. O carro-chefe mundial continua sendo os diamantes, que vão de R$ 5.630 a R$ 417 mil. Para Kelly Amorim, sócia da joalheria Carla Amorim, que exporta para outros países, o clima influencia na compra. "Quem vive o frio, com chapéu, casaco e gola, compra peças menores." No topo das vendas de Antonio Bernardo, o anel Puzzle Curvo, que já está em sua segunda versão.

DISPARADA
Pela segunda semana consecutiva, o preço do álcool hidratado superou R$ 1,00 por litro na porta das usinas. Nesta semana, o litro foi negociado, em média, a R$ 1,0906, sem impostos, o que mostra aumento de 6,47% ante a semana passada. Segundo pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, essa é a maior cotação do combustível desde abril de 2006.

DEMANDA MAIOR
O aumento dos preços do álcool combustível se deve à combinação do crescimento da demanda, devido aos feriados de Natal e de Ano Novo, com um período em que as usinas estão finalizando a colheita de cana-de-açúcar e, como consequência, com uma produção menor, de acordo com técnicos do Cepea.

CERÂMICA
A Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento) registrou crescimento de 5,21% nas vendas para o mercado interno em 2009, e manteve a média dos últimos anos. Segundo Antonio Carlos Kieling, superintendente da entidade, o mercado interno foi o responsável pelo crescimento. O Brasil consumiu mais de 636 milhões de m2, segundo a Anfacer. Para 2010, a expectativa é de um crescimento de 8,47% para o setor cerâmico de revestimento.


com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK


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