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São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 2003

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CRISE NA AL

País terá reprogramação de empréstimos, mas não dinheiro novo

FMI aprova acordo com a Argentina

MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES

A diretoria do FMI (Fundo Monetário Internacional) aprovou formalmente ontem um acordo transitório com a Argentina, após quase um ano de negociações. O acordo aprovado reprograma um total de US$ 6,78 bilhões em empréstimos, mas refinancia um total, segundo o Ministério da Economia argentino, de US$ 16,1 bilhões. O acordo não prevê nenhum centavo de dinheiro novo para o país. Apenas serão reprogramadas ou refinanciadas dívidas já existentes.
O Ministério da Economia argentino emitiu nota ontem em que incluía no acordo empréstimos que venceram no ano passado e foram refinanciados. Nesse caso, o novo pacote de ajuda do FMI chegaria a US$ 11,7 bilhões.

Renegociação
O acordo também abriu caminho para renegociar a dívida do país com os outros organismos internacionais de crédito. Dívidas com o Bird (Banco Mundial) e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) que somam US$ 4,4 bilhões também foram reprogramados.
O acordo dá fôlego ao país no setor externo e liberará empréstimos com os quais o governo já contava para financiar programas sociais. Na semana passada, o Banco Mundial já havia prometido liberar US$ 1 bilhão em programas adicionais aos que o país já tem com o banco.
O Fundo daria mais informações sobre o acordo no final do dia. As metas com as quais o país se comprometeu para fechar o acordo ainda não foram anunciadas. A carta de intenções assinada pela Argentina deve ser divulgada nos próximos dias.
Como o acordo é apenas transitório -termina em agosto deste ano-, espera-se que sejam metas muito modestas: um superávit primário de cerca de 2,5% do PIB e metas de inflação e de emissão de moeda.

Reforma
Outras exigências do Fundo, como a reforma do sistema financeiro do país, a redução dos déficits orçamentários das Províncias e mudanças na regulação das empresas de serviço públicos -privatizadas na década de 90-, só voltarão à mesa de negociações em maio, quando deve assumir o novo governo.


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