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CRISE NA AL
País terá reprogramação de empréstimos, mas não dinheiro novo
FMI aprova acordo com a Argentina
MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES
A diretoria do FMI (Fundo Monetário Internacional) aprovou
formalmente ontem um acordo
transitório com a Argentina, após
quase um ano de negociações. O
acordo aprovado reprograma um
total de US$ 6,78 bilhões em empréstimos, mas refinancia um total, segundo o Ministério da Economia argentino, de US$ 16,1 bilhões. O acordo não prevê nenhum centavo de dinheiro novo
para o país. Apenas serão reprogramadas ou refinanciadas dívidas já existentes.
O Ministério da Economia argentino emitiu nota ontem em
que incluía no acordo empréstimos que venceram no ano passado e foram refinanciados. Nesse
caso, o novo pacote de ajuda do
FMI chegaria a US$ 11,7 bilhões.
Renegociação
O acordo também abriu caminho para renegociar a dívida do
país com os outros organismos
internacionais de crédito. Dívidas
com o Bird (Banco Mundial) e o
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) que somam
US$ 4,4 bilhões também foram
reprogramados.
O acordo dá fôlego ao país no
setor externo e liberará empréstimos com os quais o governo já
contava para financiar programas
sociais. Na semana passada, o
Banco Mundial já havia prometido liberar US$ 1 bilhão em programas adicionais aos que o país
já tem com o banco.
O Fundo daria mais informações sobre o acordo no final do
dia. As metas com as quais o país
se comprometeu para fechar o
acordo ainda não foram anunciadas. A carta de intenções assinada
pela Argentina deve ser divulgada
nos próximos dias.
Como o acordo é apenas transitório -termina em agosto deste
ano-, espera-se que sejam metas
muito modestas: um superávit
primário de cerca de 2,5% do PIB
e metas de inflação e de emissão
de moeda.
Reforma
Outras exigências do Fundo, como a reforma do sistema financeiro do país, a redução dos déficits orçamentários das Províncias
e mudanças na regulação das empresas de serviço públicos -privatizadas na década de 90-, só
voltarão à mesa de negociações
em maio, quando deve assumir o
novo governo.
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