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Morte pode levar à venda da divisão de autos
DA REDAÇÃO
A morte de Giovanni Agnelli
deve abrir caminho para a venda
da unidade de automóveis do
grupo Fiat, afirmam analistas. O
patriarca era um dos poucos
membros da família contrário à
venda ou divisão da Fiat Auto,
medida apontada como necessária para evitar a quebra do grupo.
O seu irmão Umberto Agnelli,
que o substituirá à frente da empresa familiar que controla a Fiat,
a Giovanni Agnelli & C., já afirmou ser favorável ao negócio.
Após o anúncio da morte de Agnelli, as ações da empresa, que em
dezembro de 2002 haviam alcançado o menor valor em quase 20
anos, chegaram a subir até 6% na
Bolsa de Milão. No entanto, encerraram o dia em queda de 0,8%.
Giovanni sempre deixou claro
que não abriria mão do compromisso da família de produzir carros. "A empresa [de carros" é uma herança que deve ser protegida",
afirmou em diversas ocasiões.
Mas é justamente a divisão de
automóveis, que nos anos 90 chegou a ser responsável por quase
40% do faturamento do grupo,
que hoje acumula sucessivas perdas que ameaçam outras atividades da Fiat. Em 2002, o braço teve
prejuízo de 1,4 bilhão, ante perdas de 549 milhões em 2001.
Uma das alternativas mais cotadas pelos analistas é a venda da
unidade para a gigante norte-americana General Motors Corp.
Em março de 2000, a Fiat Auto e a
GM selaram uma parceria, segundo a qual a primeira adquiriu 20%
da divisão italiana. A Fiat acertou
na época a opção de venda dos
80% restantes a partir de 2004.
Mas outros interesses estão em
jogo. O megaempresário Roberto
Colaninno, ex-presidente da Telecom Italia, prometeu levantar dinheiro suficiente para salvar a Fiat
caso fosse nomeado presidente
do grupo. Mas, segundo analistas,
a família Agnelli considera a proposta apenas em último caso,
uma vez que deseja no máximo
ceder a presidência da divisão de
automóveis do grupo.
O governo italiano, do primeiro-ministro Silvio Berlusconi,
também já manifestou desejo de
interferir na questão para tentar
salvar a holding. Porém, desde
que ela renuncie à opção de venda
dos 80% do controle acionário
para a GM, uma vez que o governo faz questão de evitar que o
maior conglomerado do país fique em mãos de estrangeiros.
Por fim, outro lado no desfecho
do grupo Fiat é o dos credores. No
fim de setembro passado, a dívida
chegava a 32,8 bilhões.
Outro caminho
Ontem, depois da divulgação da
morte de Agnelli, a Giovanni Agnelli & C. informou que deverá
pedir um aumento de capital de
250 milhões para o grupo. A decisão foi interpretada por especialistas como um sinal de que a empresa pretende participar de maneira ativa de eventuais emissões de ações. Segundo fontes ligadas
ao grupo italiano, a intenção da
Fiat seria de levantar entre 3 bilhões e 5 bilhões com a medida.
Com "Financial Times" e agências internacionais
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