São Paulo, segunda, 25 de janeiro de 1999

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AJUSTE
Para banco, essa seria solução para recuperar credibilidade
Goldman Sachs recomenda privatizar Petrobrás, CEF e BB

da Reportagem Local

O banco de investimentos Goldman Sachs, de Nova York, recomenda a privatização da Petrobrás, da CEF (Caixa Econômica Federal) e do Banco do Brasil como uma "medida de grande impacto" para o restabelecimento da confiança internacional no Brasil.
"Quando há mudança de regime cambial, é muito importante restabelecer a confiança. No caso do Brasil, são necessárias medidas de grande impacto, como a inclusão da Petrobrás, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil no programa de privatizações", afirma relatório do banco.
Paulo Leme, diretor de mercados emergentes do Goldman Sachs, diz que o mero anúncio da privatização teria um efeito "extremamente positivo" na credibilidade externa por duas razões: aumentaria a confiança dos investidores na seriedade quanto ao ajuste fiscal e geraria receita adicional para abater parte substancial da dívida interna.
Segundo Leme, o governo, dependendo da parcela a ser vendida, poderia arrecadar entre US$ 20 bilhões e US$ 60 bilhões com a privatização da Petrobrás.
O relatório ressalta que a venda não deveria ser feita "amanhã" porque, no momento, os mercados passam por instabilidade.
Leme argumenta que o importante é o compromisso com a privatização. O governo, diz, poderia aguardar o momento ideal, como fez com a Vale do Rio Doce.
O banco não acredita que a privatização da Petrobrás seja politicamente inviável. "É um passo difícil. Mas o governo brasileiro tem duas opções para enfrentar a crise: ou aceita desafios e toma medidas audaciosas ou sucumbe."
(ANTONIO CARLOS SEIDL)



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