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Setor espera novo recuo com volta de IPI
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Embora o mercado automotivo tenha mostrado maior fôlego neste princípio de ano, impulsionado pela redução do
IPI, as montadoras já alertam
para um novo baque nas vendas
depois que a alíquota voltar ao
seu patamar normal, a partir de
1º de abril.
A GM prevê uma queda de
15% nas vendas em maio e junho. A expectativa é que o setor
continue aquecido em abril, já
que os concessionários ainda
terão estoques de carros a preços menores. No fim do ano, as
vendas devem fechar em queda
de 15% ante 2008, com cerca de
2,4 milhões de veículos comercializados, segundo a GM.
Em janeiro, o mercado caiu
7,63%, menos do que em dezembro (20,49%). Mas, na primeira quinzena de fevereiro, as
vendas já subiram 7,43% na
comparação com o ano anterior. "Isso significa que o IPI teve um impacto significativo para a indústria", disse o presidente da GM, Jaime Ardila.
Com a aproximação do fim
do prazo de vigor do IPI reduzido, as montadoras alertam para
mais um ciclo de baixa no mercado. "As empresas estão em
seu papel de reivindicar, porque o mercado não está mesmo
em uma boa condição. Quanto
menos o governo atacar em termos de arrecadação, melhor",
diz o consultor André Beer, ex-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Para o diretor de Assuntos
Corporativos da Ford, Rogelio
Golfarb, embora o mercado tenha ensaiado um reaquecimento, uma nova retração pode estar por vir. "A crise atacou a
confiança do consumidor, mas,
com o IPI reduzido, ele contrapôs a cautela à oportunidade de
comprar o carro mais barato.
Mas a situação ainda é frágil.
Não podemos dizer que estamos voltando aos patamares
[de vendas] do ano passado."
Para ele, o IPI foi parte do
"combustível" usado para turbinar o setor diante da crise,
junto com as medidas para garantir crédito no setor e os descontos oferecidos pelas montadoras e pelas concessionárias
para atrair consumidores.
"A crise não impôs apenas
um novo patamar de volume de
vendas, mas atingiu em cheio a
lucratividade das empresas. Estamos diante de um novo nível
de rentabilidade", diz Golfarb.
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