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Instituição prefere negociar com cliente para não perder dinheiro com retomada
DA REPORTAGEM LOCAL
Para evitar a retomada, os
bancos Votorantim, Bradesco,
BB, Itaú e Unibanco afirmam
que procuram esgotar todas as
possibilidades de negociação
com o cliente. Além do processo ser desgastante, os bancos
dizem que saem perdendo com
a retomada, que envolve custos
de advogados, empresas terceirizadas de recuperação, leiloeiro e depreciação do veículo.
As conversas começam antes
mesmo de o cliente ficar 90
dias em atraso, que iniciaria o
processo de retomada do veículo alienado. Segundo esses bancos, a retomada só acontece se
o cliente não tiver mais como
pagar as prestações, como no
caso de perder o emprego e ter
dificuldade em se recolocar no
mercado de trabalho.
Se o cliente mostrar que passa por uma dificuldade passageira, mesmo decorrente do desemprego, costuma ganhar
prazo e ter perdão em pelo menos parte de multas e juros do
atraso. Cada caso é analisado
separadamente.
"As financeiras estão evitando ao máximo retomar o veículo porque não interessa. Ela
vende crédito, não vende carro.
Retomar está sendo empurrado o máximo possível para
frente. [A ideia é ir] para uma
renegociação de qualquer jeito.
Interessa-nos buscar uma negociação seja com a dilatação
de prazos, seja na transferência
da dívida para um terceiro.
Queremos buscar uma solução", disse Luiz Montenegro,
presidente da Anef (associação
dos bancos das montadoras).
"O banco prefere que atrase
um pouco [a retomar] e dá uma
ajuda. O interesse é que as coisas fluam bem, que ele retome
os pagamentos", disse Sergio
Reze, presidente da Fenabrave.
Segundo Montenegro, a
preocupação agora é com o
cliente que, voluntariamente,
procura o banco para devolver
o carro temendo não ter renda
para pagá-lo. "O consumidor
que já vê que não vai dar para
pagar já liga para o banco, enquanto não tem nada vencido.
O banco coloca a prestação lá
pelo final do mês", disse.
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