São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

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Instituição prefere negociar com cliente para não perder dinheiro com retomada

DA REPORTAGEM LOCAL

Para evitar a retomada, os bancos Votorantim, Bradesco, BB, Itaú e Unibanco afirmam que procuram esgotar todas as possibilidades de negociação com o cliente. Além do processo ser desgastante, os bancos dizem que saem perdendo com a retomada, que envolve custos de advogados, empresas terceirizadas de recuperação, leiloeiro e depreciação do veículo.
As conversas começam antes mesmo de o cliente ficar 90 dias em atraso, que iniciaria o processo de retomada do veículo alienado. Segundo esses bancos, a retomada só acontece se o cliente não tiver mais como pagar as prestações, como no caso de perder o emprego e ter dificuldade em se recolocar no mercado de trabalho.
Se o cliente mostrar que passa por uma dificuldade passageira, mesmo decorrente do desemprego, costuma ganhar prazo e ter perdão em pelo menos parte de multas e juros do atraso. Cada caso é analisado separadamente.
"As financeiras estão evitando ao máximo retomar o veículo porque não interessa. Ela vende crédito, não vende carro. Retomar está sendo empurrado o máximo possível para frente. [A ideia é ir] para uma renegociação de qualquer jeito. Interessa-nos buscar uma negociação seja com a dilatação de prazos, seja na transferência da dívida para um terceiro. Queremos buscar uma solução", disse Luiz Montenegro, presidente da Anef (associação dos bancos das montadoras).
"O banco prefere que atrase um pouco [a retomar] e dá uma ajuda. O interesse é que as coisas fluam bem, que ele retome os pagamentos", disse Sergio Reze, presidente da Fenabrave.
Segundo Montenegro, a preocupação agora é com o cliente que, voluntariamente, procura o banco para devolver o carro temendo não ter renda para pagá-lo. "O consumidor que já vê que não vai dar para pagar já liga para o banco, enquanto não tem nada vencido. O banco coloca a prestação lá pelo final do mês", disse.


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