São Paulo, quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NY sobe, mas rumor sobre compulsório afeta Bovespa

Ações de bancos recuam; dólar encerra dia a R$ 1,826

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo não acompanhou a recuperação vivenciada pelos grandes mercados acionários do mundo ontem. Prejudicada pela expressiva perda da ação da BM&FBovespa e a queda dos papéis dos grandes bancos privados, a Bolsa recuou 0,47%.
No fim da tarde, esquentaram os rumores de que o BC iria anunciar a elevação dos compulsórios dos bancos -o que, de fato, se confirmou após o fechamento do pregão. Nesse clima, os papéis dos grandes bancos privados sofreram vendas mais fortes. A ação PN do Itaú Unibanco terminou com depreciação de 1,11%; Santander UNT recuou 0,88%; e Bradesco PN caiu 0,32%.
O aumento do compulsório faz com que os bancos sejam obrigados a recolher, em uma conta no BC, uma parcela maior dos recursos que captam dos clientes. Na prática, acabam por ter menos recursos para empréstimos.
A outra vilã do dia foi a ação da própria BM&FBovespa. Responsável pela terceira maior negociação do pregão -7,3% do total, o que representou R$ 344 milhões em transações-, a ação ON da BM&FBovespa registrou baixa de 5,34%, a maior do dia. O balanço apresentado pela empresa não foi bem recebido no mercado.
O aumento das despesas da empresa, que saltaram 21% entre o terceiro e o quarto trimestres, foi um dos pontos levantados por analistas para justificar a má recepção ao balanço.
No exterior, os investidores se focaram no discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed (banco central dos EUA), que sinalizou que os juros permanecerão bastante baixos por um bom tempo no país. O índice Dow Jones, que agrupa 30 das mais negociadas ações americanas, teve alta de 0,89%.
Na Europa, houve ganhos de 0,52% na Bolsa de Londres e de 0,20% em Frankfurt.
Apesar de a Europa ter respirado nos últimos dias, a Grécia ainda não encontrou solução para seus problemas econômicos. Para piorar as perspectivas, a agência de classificação de risco Standard & Poor's avisou ontem que pode rebaixar a nota atribuída ao país.
Essas incertezas acabam por pesar também no desempenho do mercado doméstico. Nos últimos dias, os estrangeiros diminuíram as compras de ações brasileiras. No acumulado deste mês, até o dia 22, o balanço das operações realizadas com capital externo mantinha-se positivo, em torno de R$ 170 milhões. Mas, no dia 17, o saldo chegava a R$ 414 milhões.
O dólar fechou a R$ 1,826, em baixa de 0,05%. (FABRICIO VIEIRA)


Texto Anterior: Crise mundial: Queda do comércio global foi maior que o previsto, diz OMC
Próximo Texto: Bolsa investe para atrair pequenos investidores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.