São Paulo, quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

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Itália condena empresa por violar privacidade

DA REDAÇÃO

Um tribunal italiano condenou ontem a seis meses de prisão três altos executivos do Google por terem deixado no ar um vídeo amador no qual um garoto autista aparecia sendo agredido e insultado por colegas de turma.
A sentença por violação de privacidade não pode ser aplicada enquanto estiver tramitando o recurso que a empresa americana apresentará nos próximos dias.
O caso pode ter implicações mundiais, já que o juiz concluiu que o Google é responsável pelo conteúdo postado por internautas.
As imagens que causaram o processo foram gravadas em 2006 com uma câmara de celular e mostram quatro adolescentes dando socos, empurrando e xingando um colega em um colégio de segundo grau em Turim. A gravação ficou no Google Vídeos durante dois meses.
A família da vítima retirou a queixa, mas a Vivi Down, ONG de defesa de pessoas com síndrome de Down, manteve o processo -embora o garoto não portasse a síndrome, a organização se disse lesada com a divulgação do vídeo, em que o menino é chamado de "mongolóide". O juiz acatou denúncias por cumplicidade de difamação e atentado à vida privada.
O Google alegou ter retirado o vídeo após ser notificado pelas autoridades e insistiu que colaborou com as investigações para localizar os agressores. "[Os executivos] não postaram o vídeo, não o filmaram, não o viram e ainda assim foram considerados culpados", disse a empresa.
Crítico da sentença, Demi Getschko, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI, que integra governo, setor privado e acadêmico), disse à Folha que a única maneira de acabar de vez com conteúdos abusivos seria impedindo que internautas postem textos, vídeos e imagens, mas afirmou que são necessários mecanismos mais eficientes para identificar conteúdos abusivos.


Com agências internacionais


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