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BARRIL DE PÓLVORA
Por enquanto, não é preciso buscar fornecedores alternativos à Nigéria, afirma gerente da Petrobras
Petrobras pode comprar óleo de africanos
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Caso se agravem os conflitos na
Nigéria e a produção de óleo no
país fique ainda mais comprometida, a Petrobras pode comprar
petróleo de nações africanas vizinhas, como Angola, Gabão, Congo e Camarões. É o que afirma o
gerente de comércio exterior da
estatal, Edgard Manta.
A Nigéria é o maior fornecedor
de óleo do Brasil. A Petrobras
comprou do país, em média, 114
mil barris diários em 2002
-33,7% das importações totais
(338 mil barris/dia).
Questionado sobre qual o motivo de a Petrobras manter a Nigéria, um país sempre afetado por
instabilidade política, como seu
principal supridor, Manta foi lacônico: "É o preço".
Segundo Manta, o fato de a Petrobras ter ampliado seus estoques por causa da guerra no Iraque pegou a companhia "num
momento confortável". Ele afirma que, por enquanto, não é preciso buscar novos fornecedores.
Em entrevista à Folha na semana passada, o diretor de Abastecimento, Rogério Manso, afirmara
que o Brasil tem estoques maiores
do que os dos países ricos, que armazenam de 90 a 100 dias de suas
importações líquidas. Ele não dera um número exato.
Manta disse também que a produção nigeriana não foi toda
comprometida pelos conflitos étnicos, o que permite ainda importar daquele país. Nas últimas semanas, a extração de óleo caiu
16% por causa do embate de dois
grupos -Ijaw e Urhobo- com o
governo. O país africano produz
1,95 milhão de barris/dia.
Apesar disso, o gerente disse
que recebeu informações de que
alguns dos terminais de escoamento de óleo da Nigéria atrasariam as exportações de cinco a
dez dias. Entre as empresas afetadas, diz ele, estão a TotalFinaElf, a
Shell e a ChevronTexaco. Todas
vendem óleo para a Petrobras.
Outro fator que favorece o Brasil, afirma Manta, é que a Petrobras não tem contratos firmes de
compra de óleo com a petroleira
estatal da Nigéria, a NNPC. Isso,
diz, dá "maior flexibilidade".
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