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São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2003

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BARRIL DE PÓLVORA

Por enquanto, não é preciso buscar fornecedores alternativos à Nigéria, afirma gerente da Petrobras

Petrobras pode comprar óleo de africanos

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Caso se agravem os conflitos na Nigéria e a produção de óleo no país fique ainda mais comprometida, a Petrobras pode comprar petróleo de nações africanas vizinhas, como Angola, Gabão, Congo e Camarões. É o que afirma o gerente de comércio exterior da estatal, Edgard Manta.
A Nigéria é o maior fornecedor de óleo do Brasil. A Petrobras comprou do país, em média, 114 mil barris diários em 2002 -33,7% das importações totais (338 mil barris/dia).
Questionado sobre qual o motivo de a Petrobras manter a Nigéria, um país sempre afetado por instabilidade política, como seu principal supridor, Manta foi lacônico: "É o preço".
Segundo Manta, o fato de a Petrobras ter ampliado seus estoques por causa da guerra no Iraque pegou a companhia "num momento confortável". Ele afirma que, por enquanto, não é preciso buscar novos fornecedores.
Em entrevista à Folha na semana passada, o diretor de Abastecimento, Rogério Manso, afirmara que o Brasil tem estoques maiores do que os dos países ricos, que armazenam de 90 a 100 dias de suas importações líquidas. Ele não dera um número exato.
Manta disse também que a produção nigeriana não foi toda comprometida pelos conflitos étnicos, o que permite ainda importar daquele país. Nas últimas semanas, a extração de óleo caiu 16% por causa do embate de dois grupos -Ijaw e Urhobo- com o governo. O país africano produz 1,95 milhão de barris/dia.
Apesar disso, o gerente disse que recebeu informações de que alguns dos terminais de escoamento de óleo da Nigéria atrasariam as exportações de cinco a dez dias. Entre as empresas afetadas, diz ele, estão a TotalFinaElf, a Shell e a ChevronTexaco. Todas vendem óleo para a Petrobras.
Outro fator que favorece o Brasil, afirma Manta, é que a Petrobras não tem contratos firmes de compra de óleo com a petroleira estatal da Nigéria, a NNPC. Isso, diz, dá "maior flexibilidade".


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