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CONCORRÊNCIA VIRTUAL
Empresa recebe multa recorde de R$ 1,8 bi, mas vai recorrer; decisão tira Media Player do Windows
Europa condena "monopólio" da Microsoft
DA REDAÇÃO
A União Européia condenou o
"virtual monopólio" da Microsoft
no mercado de software e decidiu
aplicar uma multa recorde de
497,2 milhões (R$ 1,8 bilhão).
Além da multa, a maior já decidida pelas autoridades européias de
defesa da concorrência, a UE exige que a empresa altere a maneira
como ela vende os programas, para estimular a concorrência.
O veredicto ocorre após uma investigação que durou cinco anos.
A Microsoft já anunciou que vai
recorrer, e a batalha jurídica promete se arrastar por mais cinco
anos, eliminando, assim, o impacto imediato da condenação.
O processo europeu é bastante
semelhante ao que ocorreu nos
EUA. A Microsoft chegou a um
acordo com as autoridades americanas no ano passado, ao aceitar
fazer algumas concessões.
Fabricantes de software e autoridades regulatórias argumentam
que a Microsoft se aproveita do
domínio de seus sistema operacional, o Windows, para barrar a
concorrência. A empresa de Bill
Gates vende o sistema com vários
programas embrulhados num
pacote só, capazes de executar
funções distintas, o que desestimula a compra de produtos de
outros fornecedores.
A UE deu um prazo de 90 dias
para que a Microsoft passe a oferecer aos fabricantes de computadores uma versão do Windows
sem o Media Player (programa
para execução de música e vídeo).
A Microsoft tem ainda 120 dias
para fornecer informações "detalhadas e precisas" sobre os códigos de funcionamento do sistema
operacional. O objetivo é permitir
que concorrentes possam desenvolver programas que interajam
completamente com o Windows.
"A Microsoft abusou de seu virtual monopólio no mercado europeu de PCs [computadores pessoais]", afirmou Mario Monti, comissão de Competição da União
Européia. "Estamos apenas assegurando que qualquer um que
desenvolva um novo software tenha a oportunidade de concorrer
de maneira justa."
De acordo com Monti, a resolução se aplica apenas para os 15
países da UE. O comissário afirmou que não quis interferir no
trabalho dos reguladores dos
EUA e de outros países.
Os advogados da empresa norte-americana vão recorrer. De
acordo com especialistas, assim
que o apelo for aceito, a multa estará automaticamente suspensa.
Mas há divergência sobre se as demais resoluções da UE serão
mantidas até que saia a decisão final sobre o caso.
A Microsoft tem dois meses para solicitar a revisão da decisão.
Com agências internacionais
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