São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

BC bombardeou proposta de Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tomou a decisão mais acertada ao desistir de limitar os prazos dos empréstimos bancários para conter o crescimento acelerado da economia e evitar uma eventual alta da inflação.
A intenção de Mantega era a de restringir o crédito para evitar um aumento de juros por parte do Banco Central, mas os efeitos das medidas poderiam ser inócuos. Pior do que isso, afetariam não só o consumo mas também os projetos de investimento no país.
O anúncio da desistência foi feito depois de reunião da coordenação política do governo com o presidente Lula e os principais ministros da área política. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não participou do encontro.
O Palácio do Planalto não confirma, mas circula em Brasília a informação de que o próprio Lula teria vetado as medidas defendidas por Mantega na semana passada de restringir o crédito para frear o consumo.
Independentemente da reunião da coordenação política, o fato é que a idéia de Mantega de restringir os prazos de financiamento não foi bem recebida em diversas áreas do governo, principalmente no BC.
Além de inócua, a medida seria um retrocesso, na opinião de especialistas. Se houve um setor no qual o país avançou nos últimos anos neste governo, foi no segmento do crédito. Uma intervenção nessa área seria considerada um retrocesso.
Para a economista Ana Carla Abrão Costa, da consultoria Tendências, essa estratégia de limitar o prazo dos empréstimos bancários para conter a demanda seria a mesma coisa que cortar a floresta tropical carioca para conter a epidemia de dengue. E o pior é que não impediria a alta dos juros.
A melhor alternativa seria o governo reduzir o seu próprio consumo por meio de cortes de gastos e, ao mesmo tempo, avançar nas reformas institucionais para aumentar o investimento no país.
"O investimento será o maior responsável pela sustentabilidade do atual crescimento", diz a economista da Tendências.

Mais da metade dos brasileiros pode ter cartão de crédito, diz Itaú

Mais da metade dos brasileiros já tem cartão de crédito ou já está apta para contratar o serviço, de acordo com a pesquisa "O cartão de crédito e suas regionalidades", que foi feita pela Itaucard e será apresentada hoje em São Paulo.
O estudo mostra um crescimento de 108,3% no faturamento do mercado de cartões de crédito entre 2003 e 2007, que passou de R$ 88 bilhões para R$ 183,3 bilhões.
Nesse mesmo período, as regiões Norte, Sul, Centro-Oeste e Norte cresceram, em termos de faturamento, 149,1%, 126,8%, 169,4% e 133,4%, respectivamente.
A região Sudeste tem 56,5% do mercado de cartões e, no ano passado, registrou faturamento de R$ 103,5 milhões.

PESQUISA:
59% DAS PESSOAS QUEREM TV NOVA EM ATÉ 12 MESES, DIZ INSTITUTO
Um levantamento do Instituto de Pesquisas on-line Qualibest mostra que 59% dos 3.163 entrevistados querem comprar uma TV nova nos próximos 12 meses. Desse total, 47% optariam por um aparelho LCD e 44% por uma TV de plasma. Mais da metade diz que compraria uma TV em uma loja virtual. A pesquisa mostra que a última aquisição da maioria dos entrevistados foi feita em uma loja de eletroeletrônicos ou eletrodomésticos, com 61%, seguidos de compras em hipermercados (16%) e internet (10%).

CADEIRA
Erickson Gavazza Marques, sócio do Tess Advogados, será nomeado desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo pelo governador José Serra. A nomeação está hoje no "Diário Oficial". Gavazza será o único negro na atual composição do tribunal e o segundo na história do TJ. O desembargador é advogado há 22 anos na área empresarial e um dos principais especialistas do país em biodireito.

JUSTIÇA
O site Consultor Jurídico lança, no dia 2, o "Anuário da Justiça 2008", com 97 perfis de ministros do STF, STJ, TST, STM e TSE.

CAPITAIS
Nelson Eizirik, ex-diretor da CVM, lança no dia 31, em São Paulo, "Mercado de Capitais Regime Jurídico" (Renovar, 624 págs., R$ 147).

PEDIDO
O Sinicesp quer que a Receita atualize o limite do lucro presumido, que regula o pagamento de impostos para empresas de prestação de serviços. A entidade diz não concordar com a atual regra.

PRIVADO
Entre 1990 e 1999, dez países responderam por 66% das receitas geradas por meio de privatizações no mundo, segundo Maurício Portugal Ribeiro, do Citigroup, que apresenta um estudo sobre privatização na próxima edição da revista "Ibef News". De acordo com a pesquisa, o Brasil liderou o ranking, responsável por 23% do total de receitas, seguido pela China.

CONTA
A unidade de agronegócio da Fischer América ganhou a conta da linha de produtos Ivomec, da Merial.

SOBERANIA
Fernando de Magalhães Furlan, conselheiro do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), lança hoje o livro "Supranacionalidade nas associações de Estados - repensando a soberania" (Editora Juruá), na Faculdade de Direito da USP. Entre outros assuntos, trata da interação entre direito internacional e direito constitucional. O livro nasceu da tese de doutorado do autor, defendida na Universidade de Paris 1 (Panthéon-Sorbonne), em 2006.

TRILHA
A família de Bob Marley não autorizará o uso de músicas do jamaicano na trilha do filme produzido pelo estúdio Weinstein Co., que comprou o direito de filmar a biografia "No Woman no Cry: My Life with Bob Marley", escrita por Rita Marley, mulher do cantor. A família do lendário guitarrista está co-produzindo um documentário com Martin Scorsese. Ziggy Marley diz que o filme de Scorsese é a melhor escolha para representar a vida do pai.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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