São Paulo, quarta-feira, 25 de março de 2009

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Light afirma que indústria começa a atrasar pagamento

Alta do consumo de energia no país será menor, diz ONS

DA FOLHA ONLINE
DA SUCURSAL DO RIO

A Light, que opera na região metropolitana do Rio, já começa a perceber reflexos da crise na parte de pagamentos. O presidente da empresa, José Luiz Alquéres, disse que clientes de grande porte, principalmente os industriais, já começam a atrasar o pagamento das contas, como forma de se financiar.
Porém, em termo de demanda, a Light não teria sido tão afetada, já que a maior parte de seus consumidores é formada por comércio, serviços e residências. Com isso, a expectativa é de um crescimento de mercado de 2% neste ano, ante um avanço de 2,5% em 2008. "[A Light] foi muito pouco afetada pela crise. O nosso mercado está crescendo, mas, é claro, gostaria que estivesse avançando mais", afirmou Alquéres.
O maior problema para a companhia têm sido os pagamentos, segundo ele. "Temos que segurar muito para manter a adimplência. Há uma tendência, especialmente do segmento industrial, de se financiar às nossas custas, em um dinheiro mais barato que o dos bancos. É uma postergação de pagamento da conta, com uma multa pequena. Em última análise, pune os demais consumidores que pagam em dia", disse.

Consumo
A crise levará a revisão da previsão de consumo em 2009 de energia elétrica entre 1.500 e 2.000 megawatts médios, o equivalente a três vezes a carga de Brasília. A redução corresponde a 3% da demanda projetada anteriormente para o ano, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
"Com isso, a carga do sistema deverá avançar de 2% a 3%, em linha com o crescimento da economia", diz Hermes Chipp diretor-geral do ONS. Se a desaceleração do PIB for maior, afirma Chipp, a demanda por energia acompanhará.
Inicialmente, previa-se uma expansão no consumo de aproximadamente 3.000 megawatts médios, ou 5% de crescimento em relação à carga média verificada em 2008, de 52 mil megawatts médios. Se fosse confirmada, a expansão do consumo equivaleria à inserção de uma cidade como São Paulo no sistema elétrico nacional.
O ONS verificou reação no consumo de energia de 4,9% no mês passado ante janeiro e de 0,8% em relação a fevereiro de 2008. Atingiu cerca de 52 mil megawatts médios, o equivalente ao verificado no período pré-crise. "A reação da indústria aos incentivos do governo explica em parte esse aumento", diz Chipp. O ONS observa que o fato de o verão ter atingido temperaturas mais altas também explica a elevação.


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