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Petrobras diz que fará capitalização neste ano
Para Gabrielli, haverá recurso mesmo sem ajuda da União
DA SUCURSAL DO RIO
Mesmo que a transferência
de reservas da União no pré-sal
para a Petrobras não tenha a
aprovação do Congresso, a Petrobras vai realizar uma operação de capitalização na Bolsa
ainda neste ano.
A afirmação foi feita ontem
pelo presidente da companhia,
José Sergio Gabrielli, em teleconferência a analistas. O objetivo da capitalização é levantar
parte dos recursos necessários
para investimentos.
Segundo o executivo, a estatal precisa de recursos para tocar os projetos do pré-sal e vai
fazer uma capitalização aberta
a acionistas minoritários.
Para fechar o financiamento
do novo plano de negócios -estimado em US$ 200 bilhões a
US$ 220 bilhões de 2010 a
2014-, diz, a estatal precisa levantar no mercado entre US$
15 bilhões e US$ 25 bilhões.
Esse é o volume de recursos
que a estatal espera captar com
os minoritários que aderirem à
capitalização -mesma cifra necessária para manter a atual relação entre o capital total da
companhia e sua dívida (hoje,
na faixa de 30%).
De acordo com o executivo, a
participação da União depende
da anuência do Congresso e do
valor atribuído às reservas não
licitadas do pré-sal pelas empresas certificadoras contratadas para realizar a avaliação.
"Se o Congresso não aprovar
[o projeto de lei que trata da capitalização], temos outras alternativas de captação. Não podemos deixar de ter uma capitalização em 2010 [para fazer
frente aos investimentos]."
Controladora da Petrobras e
dona de 40% do seu capital, a
União vai ceder reservas do
pré-sal à estatal, que pagará em
títulos. A operação depende de
aprovação do Congresso.
Minoritários
O mercado estima que a
União injetará US$ 5 bilhões
em reservas do pré-sal na Petrobras. A capitalização é aberta também aos atuais acionistas
minoritários da companhia.
Segundo Gabrielli, há "um
grande interesse" de bancos e
fundos estrangeiros em participar da capitalização.
O executivo disse que a companhia fixou 6 de junho como
prazo limite para tomar a decisão de fazer a capitalização com
a chamada cessão onerosa de
reservas da União à Petrobras.
Passada essa data, surgem
entraves: primeiro, as férias de
verão no hemisfério norte,
quando o mercado fica travado;
segundo, as eleições presidenciais de outubro.
Gabrielli disse que a Petrobras ampliou seu endividamento para fazer frente a mais
investimentos, mas melhorou
o perfil da dívida -agora, mais
longa. Apenas 15% do endividamento total -que passou de R$
40 bilhões em 2008 para R$
100 bilhões em 2009- é de curto prazo (até um ano).
(PS)
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