São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Petrobras diz que fará capitalização neste ano

Para Gabrielli, haverá recurso mesmo sem ajuda da União

DA SUCURSAL DO RIO

Mesmo que a transferência de reservas da União no pré-sal para a Petrobras não tenha a aprovação do Congresso, a Petrobras vai realizar uma operação de capitalização na Bolsa ainda neste ano.
A afirmação foi feita ontem pelo presidente da companhia, José Sergio Gabrielli, em teleconferência a analistas. O objetivo da capitalização é levantar parte dos recursos necessários para investimentos.
Segundo o executivo, a estatal precisa de recursos para tocar os projetos do pré-sal e vai fazer uma capitalização aberta a acionistas minoritários.
Para fechar o financiamento do novo plano de negócios -estimado em US$ 200 bilhões a US$ 220 bilhões de 2010 a 2014-, diz, a estatal precisa levantar no mercado entre US$ 15 bilhões e US$ 25 bilhões.
Esse é o volume de recursos que a estatal espera captar com os minoritários que aderirem à capitalização -mesma cifra necessária para manter a atual relação entre o capital total da companhia e sua dívida (hoje, na faixa de 30%).
De acordo com o executivo, a participação da União depende da anuência do Congresso e do valor atribuído às reservas não licitadas do pré-sal pelas empresas certificadoras contratadas para realizar a avaliação.
"Se o Congresso não aprovar [o projeto de lei que trata da capitalização], temos outras alternativas de captação. Não podemos deixar de ter uma capitalização em 2010 [para fazer frente aos investimentos]."
Controladora da Petrobras e dona de 40% do seu capital, a União vai ceder reservas do pré-sal à estatal, que pagará em títulos. A operação depende de aprovação do Congresso.

Minoritários
O mercado estima que a União injetará US$ 5 bilhões em reservas do pré-sal na Petrobras. A capitalização é aberta também aos atuais acionistas minoritários da companhia.
Segundo Gabrielli, há "um grande interesse" de bancos e fundos estrangeiros em participar da capitalização.
O executivo disse que a companhia fixou 6 de junho como prazo limite para tomar a decisão de fazer a capitalização com a chamada cessão onerosa de reservas da União à Petrobras.
Passada essa data, surgem entraves: primeiro, as férias de verão no hemisfério norte, quando o mercado fica travado; segundo, as eleições presidenciais de outubro.
Gabrielli disse que a Petrobras ampliou seu endividamento para fazer frente a mais investimentos, mas melhorou o perfil da dívida -agora, mais longa. Apenas 15% do endividamento total -que passou de R$ 40 bilhões em 2008 para R$ 100 bilhões em 2009- é de curto prazo (até um ano). (PS)


Texto Anterior: Lula reavalia saída de dirigente do BC para eleição
Próximo Texto: Impasse adia discussão do pré-sal no Senado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.