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Lula reavalia saída de dirigente do BC para eleição
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reavalia os prós e
contras da saída de Henrique
Meirelles da presidência do
Banco Central. Segundo a Folha apurou, Lula teme abalar a
aliança do PT com o PMDB em
apoio à pré-candidata petista
ao Palácio do Planalto, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Nas últimas duas semanas,
dirigentes do PMDB conversaram com a cúpula do PT. Disseram que a insistência em indicar Meirelles para vice de Dilma poderia inviabilizar a aliança entre os dois partidos.
O PMDB fechou com o nome
do presidente do partido, Michel Temer (SP), para vice de
Dilma. Se Lula e o PT vetarem
Temer, há chance de o partido
optar por não apoiar oficialmente Dilma, o que seria uma
vitória do virtual candidato do
PSDB, o governador de São
Paulo, José Serra.
Questionado ontem sobre o
assunto, Lula afirmou que a decisão do vice caberá a Dilma,
descartando que pretenda indicar alguém para a chapa.
"O vice da Dilma é da Dilma.
É dela e dos partidos que com
ela compuserem a aliança política", afirmou Lula, para depois
completar: "Eu já escolhi a candidata a presidente, agora vou
escolher o vice também? Já é
demais".
Sem aliança oficial, o PT perderia o tempo de TV do PMDB
e facilitaria arranjos pró-Serra
nos Estados, que hoje esbarram
na aliança prometida entre petistas e peemedebistas no âmbito federal.
Reserva de Temer
Até a semana passada, o cenário mais provável era a saída
de Meirelles para disputar um
cargo nas eleições de outubro.
A Folha apurou que Lula deseja fazer uma última reflexão
em conversa com Meirelles,
nos próximos dias. A decisão
tem de ser tomada até 2 de
abril, véspera do prazo para
que candidatos em outubro
deixem cargos no Executivo.
Meirelles continua insistindo na ideia de deixar o cargo
para virar vice de Dilma. Ele
acha que tem um trunfo: a força de Lula para impor seu nome ao PMDB. Meirelles torce
para que novas pesquisas de intenção de voto confirmem a
tendência de crescimento de
Dilma. Ou seja, com a pré-candidata mais forte, o PMDB se
renderia ao seu nome se Lula
quiser bancá-lo.
Auxiliares do presidente avaliam que isso é uma aposta
muito arriscada. Reservadamente, petistas aventam a possibilidade de Meirelles ser uma
espécie de reserva de Temer,
caso o presidente do PMDB,
uma vez indicado vice, seja
obrigado a renunciar ao posto.
Ou seja, um bombardeio a Temer na campanha abriria espaço para Meirelles. Essa possibilidade é considerada uma ofensa pela cúpula do PMDB, o que
gerou atritos com o PT nos bastidores.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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