São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 2005

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MERCADO ABERTO

Inadimplência é recorde em março

O volume de cheques sem fundos registrou recorde histórico em março deste ano, segundo levantamento da Serasa (Centralização de Serviços Bancários). Foram devolvidos 20,8 cheques sem fundos por mil compensados, o maior índice desde que a Serasa começou o levantamento, em 1991. O pior resultado havia sido em maio de 2003, quando foram devolvidos 17,6 cheques a cada mil.
Segundo a Serasa, em março foram devolvidos 3,5 milhões de cheques sem fundos de mais de 170 milhões compensados. O número representa uma alta de 31,6% em comparação a fevereiro, mês em que foram devolvidos 15,8 cheques a cada mil. Já em relação a março de 2004, o aumento foi de 20,9% -no mesmo mês do ano passado haviam sido devolvidos 17,2 cheques a cada mil.
No primeiro trimestre deste ano, o levantamento da Serasa registrou uma alta de 6,7% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a março deste ano, foram devolvidos 17,4 cheques sem fundos a cada mil. Foram 8,6 milhões de cheques devolvidos de mais de 525 milhões compensados.
Os dados da Serasa mostram também um crescimento de cheques sem fundos no acumulado dos últimos 12 meses. Depois de registrar duas quedas consecutivas em janeiro e fevereiro, esse indicador voltou a subir em março. Foram devolvidos 16,09 cheques a cada mil, expansão de 1,8%, a maior alta desse indicador desde o início da série.
Segundo Laércio de Oliveira Pinto, diretor da Serasa, a alta dos cheques sem fundos em março já reflete a contração de renda das famílias nos três primeiros meses do ano. A queda na renda decorre, entre outras razões, da alta do desemprego registrado no início do ano e do aumento de preços de bens e serviços, entre eles transporte e alimentação. "A conjuntura já começa a influenciar os índices", diz o diretor da Serasa.

EXPECTATIVA
O CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial), formado por dez ministros, sete lideranças empresariais e mais Guido Mantega (BNDES), se reúne amanhã em Brasília para discutir uma nova política industrial. Armando Monteiro (CNI) irá apresentar um novo mapa estratégico, e Mantega, os novos juros de empréstimos do BNDES.

NOVOS MERCADOS
O "board" da InBev se reúne em 2 e 3 de maio na Guatemala. Será a terceira reunião desde a criação da cervejaria, em 2004, e a segunda fora do Brasil.

LIVRO PRODUTIVO
O Ministério do Desenvolvimento distribui gratuitamente o livro "Instrumentos de Apoio ao Setor Produtivo: onde buscar apoio para o seu negócio". A publicação contém informações sobre ferramentas governamentais criadas para apoiar vários setores da economia.

ESPECIALIZAÇÃO
O Conselho Federal de Contabilidade e o Sebrae estão investindo R$ 12 milhões no projeto "Contabilizando Sucesso", um curso de especialização aos profissionais de contabilidade para que possam atender às micro e pequenas empresas.

CAUTELA
A ANTT, a agência reguladora do setor de transportes terrestres, não irá se pronunciar sobre a participação da Vale do Rio Doce na ferrovia MRS enquanto o Cade não tomar uma decisão a esse respeito. A ANTT prefere não influenciar o órgão de defesa da concorrência. A mineradora detém 40% das ações com direito a voto na MRS, enquanto o máximo permitido pela lei de privatização é de 20%. Na semana passada, a Vale entregou à ANTT proposta para manter os 40% na MRS, um dos principais canais de exportação de aço do país.

FOCO NAS PEQUENAS
A RM Sistemas, empresa mineira especializada em softwares de gestão administrativa, inaugura amanhã a expansão de sua unidade de SP, na qual investiu R$ 6,5 milhões. A RM, cujo foco são médias empresas, adaptou recentemente sua linha de produtos para conquistar o mercado das pequenas. "Criamos uma versão compacta do nosso software de gestão de RH e de administração financeira para alcançar empresas com menos de 20 funcionários", diz um dos sócios, Cláudio Notini. A empresa faturou R$ 110 milhões em 2004.

MERCADO QUENTE

Flavio Florido/Folha Imagem
O presidente da associação de empresas do setor erótico, Evaldo Shiroma, em sex shop em SP


O aumento do interesse feminino no mercado de produtos eróticos tem impulsionado os ganhos do setor, que registra taxas anuais de crescimento entre 10% e 15% desde o fim da década de 90. A informação é de Evaldo Shiroma, presidente da Abeme (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sexual), que congrega empresas de acessórios, motéis e vídeos, entre outros. O setor, que fatura estimados R$ 700 milhões ao ano, segundo a entidade, prevê números ainda melhores com a nona edição da Erotika Fair, feira que, de 6 a 12 de maio, reunirá os principais distribuidores e fabricantes da indústria do sexo em São Paulo.


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