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Após ser afastado da gestão da VarigLog, Chan se apresenta a juiz
Executivo chinês foi substituído por outro sócio do Matlin por decisão judicial
MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O executivo chinês Lap
Chan, sócio do fundo americano Matlin Patterson e gestor
afastado judicialmente da Va
rigLog anteontem, apresentou-se ontem ao juiz José Paulo
Magano, da 17ª Vara Cível de
São Paulo. Chan estava no exterior desde o início do mês e só
retornou ao país após a concessão de liminar anteontem suspendendo a decisão judicial de
reter seu passaporte, com a
condição de que se apresentasse ao juiz em 24 horas.
A Folha estava no Fórum
quando Chan chegou, mas ele
não concedeu entrevista.
Em comunicado, o Matlin
esclareceu que Chan não foi
afastado da gestão da VarigLog,
pois nunca administrou a empresa como pessoa física, mas
sim representando o Matlin.
Em entrevista exclusiva à
Folha, Magano justificou sua
decisão. "Na medida em que a
conduta dele [Chan] foi desonesta, não me pareceu pessoa
indicada para continuar representando o fundo na administração da VarigLog." Segundo o
juiz, Chan feriu a decisão judicial de que os recursos da Varig
Log deveriam ser destinados à
empresa quando ordenou, neste mês, que US$ 88 milhões de
uma conta da empresa na Suíça
fossem transferidos à Volo Logistics, subsidiária do Matlin.
Para impedir novas irregularidades, o juiz determinou que
o fundo deposite uma fiança
bancária para continuar na gestão da VarigLog.
No despacho de anteontem,
Magano justifica o envio do
processo à PF "por apontar a
prática de ilícitos civis e criminais". À Folha não quis citar
quais os crimes cometidos. "Se
tomei essa providência, foi porque havia elementos."
Magano admitiu que a transferência da administração da
VarigLog ao Matlin feriu o Código Brasileiro de Aeronáutica,
que limita a 20% a participação
de empresas estrangeiras em
companhias aéreas brasileiras.
Para ele, sua decisão foi para
evitar a quebra da empresa.
"Encontrei uma situação
posta. E acho que essa disputa
não se limita ao interesse do
fundo americano ou dos sócios
brasileiros. Tem interesse de
terceiros, funcionários, fornecedores, credores e do fisco."
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