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Desemprego contraria a tendência e cai em março
Taxa ficou em 8,6% no mês passado; normalmente, índice sobe no terceiro mês
Formalização cresce e já chega a 51,6% do mercado de trabalho, mas renda cai 0,6% em relação a fevereiro, afetada pela inflação maior
DA SUCURSAL DO RIO
Na contramão da tendência
habitual, o desemprego caiu em
março: a taxa ficou em 8,6%,
pouco abaixo dos 8,7% de fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a menor taxa para
um mês de março desde o início
da série do IBGE, em 2002. Já o
rendimento, afetado pela inflação, também cedeu -0,6%- de
fevereiro para março.
De acordo com Cimar Azeredo Pereira, gerente da Pesquisa
Mensal de Emprego do IBGE, a
taxa de desemprego ficou praticamente estável, o que é um
bom sinal, pois em março historicamente o indicador sobe.
"Neste ano, parece que a taxa
começou a declinar mais cedo.
O cenário econômico favoreceu o mercado de trabalho no
início deste ano", disse Pereira.
A taxa de desemprego caiu na
esteira da maior oferta de vagas
em março -naquele mês, a
ocupação subiu 0,6% (122 mil
vagas) ante fevereiro e 3,5%
(713 mil) na comparação com
março de 2007.
Cedeu também porque entraram menos pessoas no mercado de trabalho do que em meses anteriores: a PEA (População Economicamente Ativa)
subiu 1,7% ante março de 2007,
num ritmo menos intenso.
"A ocupação não surpreendeu e continuou crescendo
bem, mas a PEA desacelerou.
Como houve maior oferta de
vagas, a taxa de desemprego
caiu", afirmou Fábio Romão,
especialista da LCA. A consultoria projetava taxa de 9%.
Para Lígia Cesar, da MCM, a
pesquisa de março "surpreendeu positivamente". "Foi um
resultado bom. O mercado de
trabalho está abrindo vagas e
conseguindo ocupar as pessoas
que procuram trabalho."
Formalização
Outro dado positivo foi a expansão da formalização, que
continuou em alta em março.
Segundo o IBGE, 51,6% das
pessoas ocupadas estavam no
mercado formal. Esse percentual era de 48,1% em março de
2002, quando teve início a nova
pesquisa de emprego do IBGE,
que completou seis anos.
Considerando somente os
trabalhadores do setor privado,
o nível de formalização era de
43,9% em março deste ano
-mais do que os 41,8% de março de 2007 e acima dos 40,8%
de março de 2002.
Segundo Pereira, a expansão
das contratações da indústria, a
ampliação da terceirização e a
maior fiscalização contribuíram para o aumento do emprego com carteira -que cresceu
0,4% de fevereiro para março e
8,7% ante março de 2007.
Já as contratações sem carteira assinada, por sua vez, caíram 1,9% em relação a março
de 2007, mas aumentaram
1,9% na comparação com fevereiro deste ano.
(PEDRO SOARES)
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