São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2008

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Desemprego contraria a tendência e cai em março

Taxa ficou em 8,6% no mês passado; normalmente, índice sobe no terceiro mês

Formalização cresce e já chega a 51,6% do mercado de trabalho, mas renda cai 0,6% em relação a fevereiro, afetada pela inflação maior

DA SUCURSAL DO RIO

Na contramão da tendência habitual, o desemprego caiu em março: a taxa ficou em 8,6%, pouco abaixo dos 8,7% de fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a menor taxa para um mês de março desde o início da série do IBGE, em 2002. Já o rendimento, afetado pela inflação, também cedeu -0,6%- de fevereiro para março.
De acordo com Cimar Azeredo Pereira, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, a taxa de desemprego ficou praticamente estável, o que é um bom sinal, pois em março historicamente o indicador sobe.
"Neste ano, parece que a taxa começou a declinar mais cedo. O cenário econômico favoreceu o mercado de trabalho no início deste ano", disse Pereira.
A taxa de desemprego caiu na esteira da maior oferta de vagas em março -naquele mês, a ocupação subiu 0,6% (122 mil vagas) ante fevereiro e 3,5% (713 mil) na comparação com março de 2007.
Cedeu também porque entraram menos pessoas no mercado de trabalho do que em meses anteriores: a PEA (População Economicamente Ativa) subiu 1,7% ante março de 2007, num ritmo menos intenso.
"A ocupação não surpreendeu e continuou crescendo bem, mas a PEA desacelerou. Como houve maior oferta de vagas, a taxa de desemprego caiu", afirmou Fábio Romão, especialista da LCA. A consultoria projetava taxa de 9%.
Para Lígia Cesar, da MCM, a pesquisa de março "surpreendeu positivamente". "Foi um resultado bom. O mercado de trabalho está abrindo vagas e conseguindo ocupar as pessoas que procuram trabalho."

Formalização
Outro dado positivo foi a expansão da formalização, que continuou em alta em março. Segundo o IBGE, 51,6% das pessoas ocupadas estavam no mercado formal. Esse percentual era de 48,1% em março de 2002, quando teve início a nova pesquisa de emprego do IBGE, que completou seis anos.
Considerando somente os trabalhadores do setor privado, o nível de formalização era de 43,9% em março deste ano -mais do que os 41,8% de março de 2007 e acima dos 40,8% de março de 2002.
Segundo Pereira, a expansão das contratações da indústria, a ampliação da terceirização e a maior fiscalização contribuíram para o aumento do emprego com carteira -que cresceu 0,4% de fevereiro para março e 8,7% ante março de 2007.
Já as contratações sem carteira assinada, por sua vez, caíram 1,9% em relação a março de 2007, mas aumentaram 1,9% na comparação com fevereiro deste ano.
(PEDRO SOARES)


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