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China barra seis empresas brasileiras
GUILHERME BARROS
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
Seis empresas brasileiras foram
proibidas de exportar soja para a
China por terem embarcado para
o país sementes destinadas ao
plantio misturadas com grãos do
produto. A decisão foi tomada
ontem após reunião do ministro
da Agricultura, Roberto Rodrigues, com o Ministério da Quarentena da China.
O governo local alega que foi
constatada a presença de agroquímicos nas sementes de soja que
estavam misturadas aos grãos exportadas para a China. A venda de
sementes, como grãos, também é
proibida.
No encontro, Rodrigues lamentou a venda de sementes destinadas ao plantio e admitiu o erro, o
que não impediu o veto do governo chinês à soja exportada pelas
seis empresas. "Houve má-fé, ganância e imediatismo", disse.
O ministro disse que a Polícia
Federal foi acionada para tentar
apurar responsabilidades no caso.
As empresas impedidas de exportar soja para a China são: Bianchini, Cargill, Irmãos Trevisan, Noble Grain, ADM do Brasil e Louis
Dreyfus do Brasil.
O governo ainda pretende reduzir o impacto da decisão do governo chinês. O Ministério da Agricultura tentará convencer a China
a punir apenas uma empresa, e
não seis, já que a mistura da soja
com sementes ocorreu em apenas
um silo, no porto do Rio Grande
(RS), que pertence à Bianchini.
Nos outros silos de soja não houve problemas.
O porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores da China, Liu
Jianchao, afirmou ontem que a
China tem confiança de que o
Brasil resolverá o problema da soja que foi exportada ao país.
Liu disse que o veto à soja é baseado apenas na questão da qualidade do produto e descartou especulações de que seria uma manobra de importadores chineses
para tentar renegociar contratos
com exportadores brasileiros.
"O Brasil tem exportado produtos de muito boa qualidade para a
China, como jogadores de futebol", brincou, ao dizer que o incidente não prejudicará a imagem
da soja brasileira na China.
O problema com a soja foi detectado pelo governo chinês em
um navio no dia 10. Desde então,
mais duas embarcações apresentaram problemas e voltaram para
o Brasil. Um terceiro navio que
está navegando em direção à China deverá ser interceptado provavelmente em Cingapura.
Rodrigues afirmou que o caso
da soja deverá obrigar o governo
brasileiro a rever as estimativas de
exportação do produto para a
China neste ano. No ano passado,
o Brasil exportou US$ 1,6 bilhão
para o país asiático. Neste ano, a
estimativa era atingir US$ 2 bilhões. Para Rodrigues, essa meta
pode estar comprometida, já que,
só na semana passada, o preço do
produto caiu cerca de 15% no
mercado internacional.
Carne
As negociações do Brasil para
passar a exportar carne "in natura" para a China não avançaram
muito na reunião de ontem entre
o Ministério da Agricultura e o
Ministério da Quarentena.
Os chineses insistem em mandar equipes técnicas para o Brasil
para examinar o gado, um processo que poderá se estender por
muito tempo. Rodrigues apresentou uma contraproposta de serem
exportadas para a China carnes
que já são vendidas e que foram
analisadas pela União Européia.
O governo chinês ficou de avaliar
a proposta.
Com a Redação
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